O ex-zagueiro da seleção uruguaia e do River Plate da Argentina, Nelson Gutiérrez, denunciou "uma conspiração" para tirar do mercado do futebol uruguaio o empresário Francisco Casal e beneficiar seus competidores, após conhecer um pedido da Direção Geral Impositiva (DGI) contra ele.
A DGI pediu a Casal o pagamento de US$ 104 milhões referentes a dívidas vinculadas ao não pagamento do Imposto de Renda de Indústria e Comércio pela transferência de jogadores.
"Não existe razão jurídica nem tributária para essa cifra grosseira", disse Gutiérrez, sócio de Casal na empresa televisiva Tenfield, ao jornal El País.
"Pode ocorrer a alguém que tenha sido empresário que tenha gerado dívidas de impostos de tal volume?", perguntou-se o jogador.
Para Gutiérrez, trata-se de "um absoluto disparate que só pode ser atribuído a intencionalidades que nada têm a ver com a matéria, como por exemplo eliminar um empresário de seu negócio para beneficiar a introdução de um novo". Ele observou ainda que intenções ocultas em supostas "campanhas públicas" e a colocação em marcha de "uma conspiração" contra Casal.
A justiça uruguaia ordenou em 3 de abril o embargo dos bens e créditos de Casal e de empresários vinculados a seus negócios por US$ 25,6 milhões, por dívidas com impostos e nas últimas horas fixou em US$ 104 milhões o total da dívida.
O polêmico empresário, que no ano passado se auto-proclamou em um livro como o homem mais rico do país, representa a maioria dos jogadores de futebol uruguaios presentes em clubes europeus e é um dos principais acionistas da Tenfield, que detém os direitos televisivos do futebol uruguaio e do basquete, do box e do carnaval.