Chung Mong-Joon, um ex-vice-presidente da Fifa, chamou o atual presidente da associação, Joseph Blatter, de “pequeno moleque”. Além disso, o sul-coreano disse que o suíço governa a instituição, responsável pela organização do futebol mundial, de forma ditatorial.
O dirigente fez a crítica em um livro de memórias publicado na semana passada na Coreia do Sul intitulado “Meu desafio, meu entusiasmo”. Chung era considerado o principal candidato a suceder Blatter antes de ser superado em uma eleição na Ásia para a vice-presidência da Fifa no início do ano.
O livro chega às livrarias enquanto Blatter se prepara para apresentar reformas detalhadas contra a corrupção na Fifa em outubro, depois de um ano de escândalos que afetaram o futebol mundial.
“O presidente Blatter fala cinco idiomas fluentemente, é bom com as palavras e é inteligente. Mas eu acho que não é um cavalheiro internacional e é uma espécie de pequeno moleque”, disse Chung no livro.
Chung, que ocupou o cargo de vice-presidente da Fifa por 16 anos, acusou Blatter de tentar usurpar a autoridade do comitê executivo da associação por meio da proposta de criar um comitê supervisor anticorrupção que poderia incluir o ex-diplomata dos Estados Unidos Henry Kissinger e o cantor de ópera espanhol Plácido Domingo.
“O comitê executivo [da Fifa] é um órgão independente que busca desempenhar as funções de ‘revisão e equilíbrio’ para evitar que o presidente vá além de sua própria autoridade. Blatter agora tenta tirar poder do comitê executivo e neutralizar qualquer tentativa de rever seu poder”, disse Chung. “É um esquema similar ao que muitos ditadores usaram na história do mundo”.