O ex-presidente da Fifa João Havelange não vai se pronunciar sobre a acusação do ex-presidente da Uefa, o sueco Lennart Johansson, feita no último dia 15 de maio. Segundo o dirigente sueco, o brasileiro teria trabalhado a favor do Brasil no jogo em que a seleção venceu a Suécia por 1 a 0, pela fase semifinal da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. "Havelange está em seu apartamento, em Paris, e não vai entrar em polêmica", disse, no Rio, uma das pessoas mais próximas do dirigente brasileiro, pedindo que seu nome não fosse revelado.
De acordo com Johansson, Havelange, então presidente da Fifa, teria feito pressão para mudar ilegalmente – e em cima da hora – o árbitro que apitou aquela partida. O escolhido acabou sendo o colombiano José Joaquim Torres, conhecido como J.J. Torres. E o sueco entende que ele prejudicou a seleção da Suécia na semifinal contra o Brasil. J.J. Torres expulsou o volante sueco Jonas Thern ,após falta em Dunga, aos 17 minutos do segundo tempo. Com um jogador a mais em campo, o Brasil chegou à vitória com um gol de cabeça de Romário e assegurou vaga na final contra a Itália, quando conquistou o tetracampeonato mundial.
Johansson atribuiu a derrota da Suécia a esse suposto erro da arbitragem. "Ele (Havelange) não está interessado em fazer sua defesa. As coisas surgem e desaparecem rapidamente. A norma dele é nunca responder a acusações que não têm fundamento. Havelange não vai processar Johansson", disse a fonte ouvida pela reportagem.
Na tarde do último dia 16 de maio, o escritório de João Havelange, no centro do Rio, estava funcionando normalmente. A secretária do ex-presidente da Fifa, no entanto, não soube informar quando ele retornará da Europa. Johansson e Havelange são adversários políticos há vários anos. De olho no cargo do rival, o dirigente sueco sempre criticou a administração do brasileiro, que presidiu a Fifa de 1974 a 98.
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