Do Couto Pereira para o mundo, Adriano é mais um ex-coritibano que brilha no futebol europeu. Aos 22 anos, o lateral e meio-campista criado na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) fez parte da geração que transformou o então mediano Sevilla numa das sensações do milionário futebol europeu. Ele e os compatriotas Daniel Alves, Renato e Luís Fabiano levaram o clube andaluz a títulos inéditos, como o bi da Copa do Uefa, e brigaram até a última rodada com os gigantes Barcelona e Real Madrid pela taça do Campeonato Espanhol.
Com moral alto, Adriano acaba de conseguir a cidadania espanhola – o que permitirá ao clube inscrever mais um jogador não-comunitário.
O lateral falou à Tribuna por e-mail da Áustria, onde a equipe fez pré-temporada antes de viajar para um torneio em Chicago (EUA), e contou que a dupla cidadania não interfere nos planos de voltar a ser chamado por Dunga na seleção brasileira.
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Tribuna: Qual a razão do sucesso do Sevilla?
Adriano: O trabalho feito no Sevilla é excelente. Começando pela estrutura e a preocupação dos dirigentes em proporcionar um ótimo ambiente de trabalho. O grupo é muito unido e nunca vi um clima tão bom no dia-a-dia. Além disso, foram contratados muitos jogadores jovens, que querem vencer e conquistar títulos.
Tribuna: É demais sonhar com o título espanhol e da Copa dos Campeões da temporada 2007-2008?
Adriano: Não. É claro que sabemos de nossas limitações e que nosso time não conta com craques consagrados como Real Madrid e Barcelona, por exemplo. Mas já conquistamos a Copa da Uefa duas vezes, a Copa do Rei, a Supercopa e brigamos pelo título espanhol até as últimas rodadas na temporada passada.
Tribuna: Você foi chamado para alguns amistosos importantes, como contra Portugal. Ficou decepcionado por não ir à Copa América? O Dunga te explicou o motivo?
Adriano: Tenho consciência de que não fui chamado porque sofri uma lesão muscular séria. Por isso, nem pude jogar a final da Copa do Rei pelo Sevilla. O Dunga precisava de jogadores bem fisicamente para uma competição tão complicada como a Copa América.
Tribuna: O Sevilla subiu muito nos últimos anos, mas ainda não é um clube de ponta na Europa. Há possibilidade de se transferir para um gigante do continente?
Adriano: Não penso nisso agora, porque meu objetivo é ajudar o Sevilla nesta temporada. Mas é claro que estou atento às oportunidades que surgirem. Me sinto honrado por defender o Sevilla e ajudar a escrever um pouco da história gloriosa do clube. Consegui minha naturalização esta semana e agora sou um jogador comunitário.
Tribuna: Sonha com a Copa de 2010?
Adriano: Todos os dias (risos). É um dos meus objetivos. Principalmente pelo fato do Dunga ainda não ter um grupo fechado e estar dando oportunidade a vários jogadores. Já tive a minha chance na seleção e espero conseguir outras. Até 2010 muita coisa vai acontecer e tenho esperanças de disputar uma Copa do Mundo pela seleção. Será a realização de um sonho.
Tribuna: Você tem acompanhado o Coritiba na Série B? Esteve no Couto Pereira durante as últimas férias?
Adriano: Procuro acompanhar sempre que posso pela internet. As férias foram curtas e tive que resolver várias coisas que não podia quando estava na Espanha. Além disso, durante este período fiz um trabalho físico especial para estar bem quando voltasse para a pré-temporada. Vi alguns jogos e estou sempre torcendo pelo Coritiba. Espero que o time possa voltar o mais rápido possível ao lugar que merece, que é na elite do futebol brasileiro.