Ex-dirigentes e colaboradores da FPF começam a depor

A Justiça começou a ouvir ontem os acusados de participação no esquema que desviou mais de R$ 5 milhões dos cofres da Federação Paranaense de Futebol (FPF). Os ex-presidentes Onaireves Moura e Aluízio Ferreira alegaram problemas pessoais e não compareceram.

Os interrogatórios começaram às 13h30 de ontem e não haviam terminado até o início da noite de ontem. A expectativa era que a sessão, comandada pela juíza substituta Sayonara Sedano, da 5.ª Vara Criminal de Curitiba, se estendesse durante a madrugada.

Os primeiros a serem interrogados foram os ex-dirigentes e colaboradores da FPF que continuam presos no Centro de Triagem de Piraquara: César Alberto Teixeira de Oliveira, Vanderlei Manoel Inácio, Carlos Roberto de Oliveira e José Johelson Pissaia.

Depois, seria a vez dos suspeitos que obtiveram habeas corpus no fim do ano passado e respondem em liberdade: Cirus Itiberê da Cunha, Marco Aurélio Rodrigues, Laércio Polanski e Roberto Tibone.

Problemas de saúde impediram Onaireves Moura, considerado pela polícia o chefe da quadrilha, de comparecer. Seu advogado, Elizier Queiroz, apresentou um laudo assinado pelo diretor do Complexo Médico Penal (CMP), Carlos Alberto Baptista, atestando falta de condições para o ex-presidente da FPF comparecer à audiência.

Moura foi submetido recentemente a duas cirurgias. No dia 27 de dezembro, operou a vesícula e, na última terça-feira, passou por tratamento de uma infecção hospitalar. Ele estaria sofrendo de anorexia e 15 quilos abaixo de seu peso habitual.

A Justiça deve aguardar pela recuperação de Moura para intimá-lo novamente. Mas não está descartada a possibilidade de a juíza ir até o CMP para interrogá-lo.

Já Aluízio Ferreira alegou falta de condições psicológicas. ?Ele está muito abalado, pois não esperava ser indiciado?, justificou o advogado Alexandre Chemim. Ferreira permanece em Ponta Grossa, onde reside, e deve ser ouvido nos próximos dias.

Esquema

Onaireves Moura, que comandou a FPF por 22 anos, foi preso por policiais do Núcleo de Repressão aos Crimes Econômicos (Nurce), junto a outros oito ex-diretores e colaboradores da entidade, no dia 6 de novembro de 2007. Eles são acusados de desvio de verbas, fraude, estelionato, formação de quadrilha e apropriação indébita.

Aluízio Ferreira, vice que assumiu a Federação após o afastamento de Moura pela Justiça Desportiva, em junho, não estava entre os presos. Ele ocupou a presidência até 21 de dezembro, quando foi destituído pela Justiça, que entregou o cargo ao empresário Hélio Cury. Mesmo dizendo ter colaborado com as investigações, foi denunciado por apropriação indébita de recursos da FPF.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo