Será que tem solução?

Ex-dirigentes apontam culpados para crise no Paraná Clube

O Paraná Clube parece viver uma crise sem fim. No meio da sua sétima participação seguida na Série B do Campeonato Brasileiro, o Tricolor de hoje é uma mistura da falta de organização da atual administração e dos erros cometidos nas gestões anteriores que regeram o clube. Depois que a chapa ‘Planejamento e Trabalho’, comandada pelo presidente Rubens Bohlen, assumiu o comando do clube em 2012, alguns ex-dirigentes paranistas ressaltaram que se afastaram totalmente do Paraná e lamentaram o momento delicado que passa o Tricolor em 2014, que é um dos piores dos últimos dez anos.

Rebaixamento

O momento crítico do Paraná, tanto em campo, na zona de rebaixamento para a Série C do Brasileiro, quanto fora das quatro linhas, com tantas dívidas e salários atrasados, pode ser explicado pela permanência de sete temporadas do Tricolor na Segunda Divisão. Em 2007, inclusive, quando o time paranista caiu para a Série B, o clube foi do céu ao inferno, já que no início daquele ano o Paraná cravou a sua primeira participação em uma Libertadores da América.

Presidente daquele ano, mas afastado depois de ter seu nome ligado a irregularidades na venda do meio-campo Thiago Neves, José Carlos de Miranda criticou a má distribuição de verbas do futebol brasileiro e atribuiu a esse fator a crise que vive o Paraná. “A situação é delicada. O pessoal que assumiu entrou disposto, mas não está conseguindo cumprir as metas e propostas estabelecidas. O grande problema está na divisão da verba do futebol brasileiro e o monopólio da televisão. O Paraná recebe cem vezes menos que o Flamengo. Ou isso muda ou vai acontecer como na Espanha, que tem somente dois grandes times”, frisou Miranda.

Dirigente na gestão Miranda, José Domingos acredita que chegou o momento da união de todos os paranistas em prol do clube. “Estou afastado do Paraná Clube, mas lamento que as coisas tenham chegado a esse estado. Entendo que os paranistas precisam de união, esquecer as rixas, os desencontros e procurar colocar a casa em ordem. É preciso pensar no presente e no futuro, e esquecer o passado”, emendou.

Em cargos distintos nas últimas gestões do Tricolor, Waldomiro Gayer Neto frisou que o grande pecado da atual administração é o distanciamento que passa o departamento de futebol e os salários mais altos de jogadores que o clube não tem condições de pagar. “É preciso estar mais perto do futebol. Parece que está uma coisa muito distante. Tem que fazer como o Vavá fazia antes, trazendo jogadores baratos e em busca de projeção. Na condição do clube, não se pode trazer jogador ganhando valores altos. É necessário diminuir a folha e pagar o que pode”, acrescentou Neto.

Verba

A teoria do ex-dirigente paranista foi aplicada em 2011, pelo então presidente Aquilino Romani, que não evitou o rebaixamento do time para a Segunda Divisão do Paranaense. “É de anos que o Paraná vem com essa dificuldade. O problema é que a verba é muito pequena e tem sido difícil. Não se conseguem patrocínios, tem as questões das ações trabalhistas e isso tem atrapalhado bastante”, admitiu o ex-presidente do Tricolor.

Presidente do Paraná em um dos grandes momentos do clube, Ocimar Bolicenho comandou o Tricolor nos anos de 1994 e 1995 e lamentou o atual momento que vive o time paranista. “Eu estou de longe e fica difícil eu comentar alguma coisa. Eu só fico muito triste de ver aquilo que a gente plantou com tanto carinho e que trouxe tanto resultado estar nessa situação que se encontra. Não posso emitir o porquê disso tudo pois não estou a par dos acontecimentos”, finalizou o ex-dirigente paranista.

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