Ex-presidente da Federação Colombiana de Futebol (FCF) e ex-membro do antigo Comitê Executivo da Fifa em 2015, Luis Bedoya confirmou ter recebido propinas “aproximadamente entre 2007 e 2015” para a realização de amistosos e para assinatura de contratos de TV de torneios organizados pela Conmebol.

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A afirmação foi feita em depoimento nesta segunda-feira na terceira semana do julgamento realizado em Nova York sobre casos de suborno para os dirigentes sul-americanos em troca de apoio à candidatura do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022. O julgamento havia sido interrompido por cinco dias por causa dos festejos do Dia de Ação de Graças nos Estado Unidos.

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Bedoya afirmou que o presidente da Federação Peruana de Futebol, Manuel Burga, e Juan Ángel Napout, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), também receberam subornos. Ex-presidente da CBF, José Maria Marin não foi citado pelo ex-presidente da FCF na primeira fase do depoimento.

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Bedoya se declarou culpado em novembro de 2015 e, por isso, foi banido do futebol no dia 6 de maio do ano passado pelo Comitê de Ética da Fifa. O colombiano participa do julgamento de Marin, Napout e Burga como delator.

Aos 57 anos, Bedoya afirmou que, em maio de 2010, viajou a Madri com seus companheiros da Conmebol para a final da Liga de Campeões como convidados da emissora FOX Sports – de acordo com o depoimento do empresário argentino Alejandro Burzaco, a empresa pagou subornos em troca de contratos de transmissão de partidas.

“Mariano (Jinkis, um dos proprietários da empresa Full Play, acusada de pagar subornos por contratos) queria saber se tínhamos influência nos votos da América do Sul na Fifa e disse que era uma oportunidade de negócio importante, que podia pedir (aos catarianos) 10 a 15 milhões de dólares e poderíamos dividir isso entre o ‘Grupo dos Seis’ para que ganhássemos, cada um, um milhão ou um milhão e meio de dólares”, afirmou Bedoya.

Por outro lado, Bedoya afirmou que os dirigentes responderam “de maneira muito evasiva” e disseram que “logo conversaríamos” e a oferta nunca se concretizou.

O “Grupo dos Seis” citado pelo ex-presidente da FCF era formado por países que ficavam à sombra de Brasil e Argentina no futebol sul-americano. O grupo era formado por Paraguai, Peru, Bolívia, Colômbia, Venezuela e Chile.