A emoção tomou conta da sala de imprensa do CT Joaquim Grava nesta quarta-feira. O zagueiro Vilson pouco falou sobre a rodada final do Campeonato Brasileiro e as ambições corintianas de Libertadores. Ao invés disso, chorou a morte de seus amigos da Chapecoense, onde atuou no ano passado e se destacou, a ponto de chamar a atenção do próprio Corinthians.
“Nessas horas a gente para pra pensar na vida. A primeira coisa que fiz quando soube foi dar um abraço no meu filho. No começo do ano me apresentei lá (na Chapecoense), eu poderia estar junto nessa tragédia. E depois que somos pais, pensamos muito nas coisas que vamos fazer. Primeira coisa que fiz foi abraçar meu filho, esposa, minha mãe. Dar mais valor às pessoas que estão próximas de nós”, declarou.
Quase toda a delegação da Chapecoense morreu na trágica queda do avião que ia para Medellín na madrugada de segunda para terça-feira, onde disputaria a primeira partida da decisão da Copa sul-americana. Vilson lembrou das amizades que fez no clube catarinense e dos muito colegas que não poderá mais ver. Mas também fez questão de manifestar seu apoio a um dos sobreviventes: Neto, com quem formou dupla de zaga em 2015.
“Estamos em oração pelo Neto, que é um grande irmão meu. Temos um grupo no WhatsApp, falamos no domingo, estávamos rindo e brincando. E hoje muitos deles não estão mais aqui. Temos que dar valor a quem está ao nosso lado, assim como vocês que perderam companheiros de imprensa. Temos que dar valor a isso, que um dia podemos não ter mais”, disse.
Vilson parou diversas vezes a entrevista com a voz embargada, e chorou em algumas delas. O jogador falou ao lado de uma camisa da Chapecoense estendida. E apesar da emoção, prometeu se empenhar em campo na última rodada do Brasileirão, na qual o Corinthians precisa vencer o Cruzeiro em Belo Horizonte se quiser ir à Libertadores, até em homenagem aos amigos que perdeu.
“Foi uma tragédia muito grande, sabemos da dor. Mas temos que pegar isso como força. Há mais de 30 milhões de torcedores querendo uma vaga na Libertadores aqui no Corinthians. Hoje estou aqui pelos meus companheiros da Chapecoense, eles me ajudaram e me projetaram a vir para o Corinthians. Então tenho que jogar por eles, pegar essa alegria que eles tinham de exemplo e colocar em campo”, afirmou.