Os ex-presidentes da Federação Paranaense de Futebol – FPF – Onaireves Moura e Aluizio Ferreira prestaram depoimento ontem na 5.ª Vara Criminal de Curitiba.
O interrogatório foi o primeiro passo da tramitação judicial do processo que investiga crimes na entidade.
Moura mostrou-se bastante debilitado por causa de duas cirurgias feitas em 26 de dezembro e 1.º de janeiro – uma para extração da vesícula e outra para retirada de um abscesso formado após infecção no local da primeira intervenção. Mesmo falando e andando com dificuldade, conseguiu responder às perguntas da juíza.
Ele alegou que o dinheiro canalizado para as contas bancárias da Comfiar e do Colégio Técnico da FPF eram usadas para pagamento de funcionários e despesas como eletricidade e os campeonatos da Federação.
A denúncia do Ministério Público, baseada em investigações do Nurce (Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos, da Polícia Civil), aponta que Moura e seus ex-diretores da FPF desviaram R$ 5 milhões dos cofres da entidade.
Aluizio, que respondeu sobre a condução das contas da FPF no período de três meses em que comandou a entidade ele era vice de Moura e o sucedeu após a condenação do ex-presidente na justiça desportiva, até ser também afastado pela Justiça.
Moura continua preso no Complexo Médico Penal de Piraquara. O advogado dele, Eliezer Queiroz, pediu libertação do cartola junto à 3.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, mas o habeas corpus foi negado. Agora, o defensor entrou com pedido de liberdade provisória na própria 5.ª Vara Criminal, que deve ser apreciado na semana que vem.
Dos outros oito presos na Operação Cartão Vermelho, do Nurce, em novembro de 2007, seis já foram soltos e responderão ao processo em liberdade: Cirus Itiberê da Cunha, Marco Aurélio Rodrigues, Laércio Polanski, César Alberto Teixeira de Oliveira, Vanderlei Manoel Ignácio e Roberto Tiboni. Além de Moura, permanecem na prisão Johelson Pissaia e Carlos Roberto de Oliveira. O fato também será usado como argumento pelo advogado de Onaireves. ?Se a tese é de crime econômico, todos deveriam ser libertados. As provas foram todas colhidas, não há necessidade de mantê-lo preso?, disse Queiroz.