Ex-atacante atleticano luta para voltar a viver normalmente

Atleticanos de 30 anos ou mais lembram com saudade da dupla Washington e Assis, que protagonizou o primeiro grande feito nacional do Rubro-Negro, o 3.º lugar no Brasileiro de 1983. Poucos sabem que metade do chamado “Casal 20” luta em Curitiba contra uma grave doença neurológica que o impede de andar normalmente.

Aos 48 anos, o ex-atacante Washington descobriu no início do ano que era portador de polineuropatia – disfunção simultânea de vários nervos periféricos do corpo. É a mesma doença do ex-meia do Vasco, Geovani, que causa entre outros sintomas o enfraquecimento e atrofia dos músculos.

Amparado por amigos, Washington esteve esta semana no hotel onde se hospedou a delegação do Botafogo, no Centro de Curitiba. Ele queria encontrar amigos como Alessandro, Lucio Flávio, e o ex-lateral Josimar, hoje membro da comissão técnica do Botafogo. O drama do ex-ídolo do Atlético e do Fluminense acabou tornando-se público.

Um pouco relutante, mas de forma educada, Washington contou por telefone ao Paraná-Online que luta contra a doença há quase dois anos. Somente em janeiro de 2008, quase um ano depois dos primeiros sintomas, a polineuropatia foi diagnosticada. “Fiquei 10 dias internado e fui para a cadeira de rodas. Mas com a medicação estou melhorando bastante”, disse o ex-craque.

Hoje ele caminha com dificuldade, mas espera andar de forma praticamente normal dentro de 30 a 60 dias. O ex-artilheiro depende do governo do Estado para receber estes medicamentos classificados como excepcionais (de alto custo, para tratamento de doenças crônicas). Um dos amigos que o ajudam nesta batalha é Chiquito, ex-jogador do extinto Colorado nos anos 80.

Washington conta que foi procurado por redes de televisão para falar sobre o problema. Preferiu não atender. “Não é do meu feitio. Mas é uma coisa delicada pessoalmente. Você está normal e de repente vai para uma cadeira de rodas. Não quis expor essa situação”, conta o atacante, que também preferiu não ser fotografado debilitado pela doença.

A distância dos holofotes tem sido uma opção de Washington nos últimos anos, que vez ou outra aparece em reuniões organizadas pelo Fluminense, no Rio de Janeiro. Amigos do ex-atacante revelam que ele enfrentou outros problemas de saúde. Divorciado, vive sozinho numa casa simples no bairro Capão da Imbuia.

Quando começou a enfrentar a polineuropatia, havia acabado de iniciar projetos socioesportivos nas prefeituras das pequenas cidades de Primeiro de Maio e Nova Santa Bárbara, no norte do Paraná. Ele espera voltar ao trabalho assim que restabelecer a saúde.

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