O ex-árbitro Afonso Victor de Oliveira, atualmente presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Paranaense de Futebol, tem grande experiência em Atletibas.
Durante toda sua carreira, Afonso apitou 26 Ateltibas, até se aposentar em 1995. Para ele, a magia do clássico mexe com as torcidas e é um dos mais importantes do Brasil.
Confira a entrevista do Paraná Online com o ex-árbitro.
Paraná Online: Como é apitar um Atletiba e ainda mais decisivo?
Afonso Victor de Oliveira: Apitei alguns decisivos e a expectativa criada em cima do jogo é grande. A adrenalina vai a mil. O árbitro geralmente está tranqüilo, mas de qualquer forma a ansiedade existe. Gostava de fazer um bom trabalho para ninguém falar nada.
Paraná Online: Qual a diferença de um clássico ou jogos de grande envergadura para outros jogos?
Afonso Victor de Oliveira: O Atletiba está na mesma proporção de um Grenal, Atlético Cruzeiro, Bavi. A concentração é a mesma em todos os jogos. O problema é que a repercussão do erro é diferente.
Paraná Online: Como controlar o ânimo dos jogadores em um jogo decisivo como esse?
Afonso Victor de Oliveira: O árbitro tem que se conscientizar em dois aspectos fundamentais: acertar o máximo possível na parte técnica e não descuidar da parte disciplinar. Tem que se mostrar presente, mesmo no início do jogo.
Paraná Online: Antônio Denival de Moraes está bem preparado? Que dica você daria para ele apitar bem o jogo?
Afonso Victor de Oliveira: Está muito bem preparado. Ele tem dois cursos superiores. Tem um porte físico e um preparo excelente. Não é só esse momento, mas o que tem feito durante sua carreira. Todos desejamos boa sorte porque todo cuidado é pouco.
Paraná Online: Qual foi o Atletiba mais difícil que você apitou e por quê?
Afonso Victor de Oliveira: Todos os Atletibas foram difíceis de apitar, mas o mais difícil foi o primeiro porque havia uma expectativa muito grande. Disseram na imprensa que o melhor do clássico foi o árbitro. Foi a arrancada para mim.
Paraná Online: Algo que você não esquece em um Atletiba.
Afonso Victor de Oliveira: Em um clássico no Couto houve um lance muito duro do Gomes em cima do atacante do Atlético e dei cartão amarelo. Aí o Marola saiu do gol para reclamar e entendi que me ofendeu e acabei o expulsando. O goleiro reserva entrou e ninguém saiu e o Atlético continuou com 11 na linha. O João Carlos Vialle, que era médico do Coritiba na época, percebeu, entrou em campo e eu o expulsei. Mas me avisou o que havia acontecido, parei o jogo e foi feita a substituição. Suspenderam todo mundo por 60 dias.