Quando começou o profissionalismo no Brasil, em 1933, tudo o que se praticava em termos de futebol se restringia ao amadorismo, com raras exceções. Havia naturalmente uma separação entre os chamados times ricos e os times pobres. Nessa última categoria estava incluído o chamado futebol de várzea, praticado em campos de precárias condições, alguns até sem gramado, mas com raça e empenho dos verdadeiros atletas amadores. As competições eram presenciadas por entusiastas torcedores e os atletas se empenhavam com verdadeiro amor à camisa.
Campeonatos amadores da Suburbana
Quando realizou-se no Paraná o primeiro campeonato oficial da divisão de honra, em 1915, já existia a chamada segunda divisão. Uma espécie de separação dos mais fortes dos mais fracos. Segundo raros registros, o futebol já ensaiava seus primeiros passos, com jogos de peladas a partir de 1903, há mais de um século, portanto. Em 1917 surgia a Liga Curitibana de Sports A-thléticos, formando um celeiro de craques. Destacavam-se clubes como o Junak, Savóia e Ipiranga, entre outros. Os dois primeiros subiram para a divisão principal mudando a denominação para Juventus do Batel e EC Água Verde, posteriormente EC Pinheiros, que se associou ao Colorado para transformar-se no Paraná Clube de hoje. O Ipiranga, chamado de Vovô da Suburbana, continuou firme no amadorismo mesmo depois das conquistas dos títulos de 1935 e 36 na então LCEA. Em dezembro de 1937 foi extinta essa liga e todo o seu acervo foi doado ao Asilo São Luiz. Coube à Sub-Liga Curitiba organizar campeonatos amadores nos anos seguintes. Em 1939 fundou-se a Liga Suburbana de Curitiba (LSC), que realizou ótimos campeonatos. A maioria dos jogos foram realizados no saudoso Parque Graciosa, no Juvevê, outrora pertencente ao Coritiba, depois Britânia e Palestra Itália. A partir de 1948 a Federação Paranaense de Futebol tomou conta dos campeonatos, criando as 2.ª e 3.ª divisões. Os clubes profissionais pertenciam à 1.ª divisão.
Progresso no amadorismo
Os clubes amadores foram progredindo, os mais fracos dando lugar a outros mais fortes até chegar ao estágio atual, quando mais de 40 clubes estão filiados à mater estadual, com estádios próprios dotados de todas as exigências, inclusive iluminação para jogos noturnos. Aconteceram no decorrer dos anos reclassificações a fim de separar o chamado joio do trigo, criando-se a divisão especial constituída da nata do amadorismo e a 1.ª divisão, que dá acesso à divisão especial aos primeiros colocados. Coube ao Combate Barreirinha a conquista do título da especial, ficando o Capão Raso com o vice-campeonato. Na 1.ª divisão as honras foram do Iguaçu. Vice: São Paulo. Ambos sobem para a divisão especial na próxima temporada. Dilon Waldrigues é o atual diretor do Departamento Amador da FPF. Ele já está organizando os campeonatos de 2005, que, segundo consta, vão apresentar grandes novidades, inclusive proporcionando a volta de alguns clubes que estavam afastados das atividades.
