Evento promove a inclusão social através do esporte

As Olimpíadas Escolares 2007 para jovens de 12 a 14 anos, que aconteceram na cidade mineira de Poços de Caldas, atingiram, segundo seus organizadores, o principal objetivo traçado pelo projeto: funcionar como uma determinante ferramenta social, seja integrando seus participantes de 24 estados ou promovendo a inclusão social através do esporte. Com o sucesso desta edição, que tem números impressionantes, como os 3.300 participantes de 775 escolas públicas e particulares, comprova-se mais uma vez a força do esporte como agente educacional, derrubando fronteiras. O poder catalisador da maior competição esportiva escolar do Brasil gera histórias de superação, mesmo antes do início das disputas. Gente que para estar no sul de Minas Gerais, entre os dias 27 de setembro e 7 de outubro, diminuiu a distância entre as regiões e os estados do Brasil pelo prazer de participar das Olimpíadas Escolares.

Uma atleta amazonense, que conquistou a medalha de ouro no lançamento de dardo, deixou sua cidade natal, Manacapuru (AM), a 84 km de Manaus, e deu um exemplo de como se conjuga o verbo participar, dando a este importância maior que ao verbo competir. Francisca Costa, de apenas 14 anos, entendeu melhor que muitos adultos o que representa fazer parte das Olimpíadas Escolares. Sua marca de 29,71 metros e o primeiro lugar no pódio foram uma recompensa pelos quilômetros que percorreu de balsa, táxi, carro, avião e ônibus para representar seu estado, mostrar suas qualidades de atleta e dar mais um passo em sua trajetória esportiva. Perguntada se faria tudo de novo, Francisca não hesitou em dizer que sim. E para os que trabalham no planejamento e estruturação das Olimpíadas Escolares, essa é a maior vitória. ?Só tinha disputado uma competição na vida, os Jogos Escolares do Amazonas?, lembrou Francisca.

Para o chefe da delegação do Estado de Rondônia, Tabosa Neto, não há como mensurar o legado que uma competição estudantil como as Olimpíadas Escolares tem para a história de vida dos alunos. ?O esporte, antes de tudo, é um meio de educação. Através dele, elevamos esses alunos/atletas a uma posição de destaque. Para estar nas Olimpíadas Escolares, não há sacrifício que possa ser medido. Os resultados obtidos pelos nossos jovens atletas comprovam que estamos competindo de igual para igual com os demais estados brasileiros?, declara Tabosa, orgulhoso. ?O governo do nosso estado apoia e incentiva nossa participação, pois entende o valor do evento?, finaliza.

Quando foram remodeladas, em 2005, deixando o nome original (Jogos Escolares Brasileiros) e a fórmula de disputa ultrapassados, as Olimpíadas Escolares passaram a adotar um padrão organizacional inspirado no padrão olímpico, o que motivou o novo nome da competição. Melhores competições de acomodações, instalações, alimentação e transporte foram incorporados ao projeto. Os atletas que deixam seus lares nos mais diversos cantos do Brasil contam com arbitragens, assistência médica e apoio pedagógico ministrado por profissionais de excelência, com participações olímpicas e pan-americanas. A propagação e o incentivo do contato com temas como meio ambiente, turismo, lazer e saúde são alguns outros atrativos para os atletas, que têm à sua disposição uma programação cultural e pedagógica paralela às competições.

?Esse projeto único, que une o Comitê Olímpico Brasileiro e o Ministério do Esporte, com o apoio das Organizações Globo (mídia), é precursor, e a cada edição das Olimpíadas Escolares mostra-se mais bem estruturado. A competição cresce a cada ano e, assim como os alunos, nós, organizadores, continuamos aprendendo e aperfeiçoando o novo formato, que já nasceu vitorioso?, analisa o paranaense Edgar Hubner, diretor das Olimpíadas Escolares e gerente de eventos do comitê Olímpico Brasileiro. ?O projeto das Olimpíadas Escolares é ambicioso, pois com ele pretendemos conseguir uma transformação social do Brasil através do esporte. Isso é gratificante e encorajador?, completa Hubner.

Para os competidores, outro atrativo das Olimpíadas Escolares é a classificação (dos medalhistas de ouro) para os Jogos Escolares Sul-Americanos, em dezembro, em La Serena, no Chile. Além disso, os bons resultados obtidos pelos atletas os credenciam para integrar o Programa Bolsa Atleta, do governo federal, que apoia financeiramente os jovens talentos do esporte.

O evento que também chama atenção fora do Brasil, motivou a presença de observadores estrangeiros, membros de comitês olímpicos de sete países de língua portuguesa e hispânica, em Poços de Caldas. Representantes de Angola, Cuba, Guatemala, Paraguai, Portugal, Uruguai e Venezuela vieram observar a competição, além de adquirir e transmitir conhecimentos sobre esporte educacional.

Todos os estados brasileiros que participam das Olimpíadas Escolares, assim como os organizadores do evento e a cidade-sede, aderiram ao projeto de forma espontânea, cientes de suas responsabilidades, deveres e obrigações; da mesma forma, conhecem os benefícios inestimáveis derivados de sua participação em todo o processo.

A próxima etapa das Olimpíadas Escolares, de 15 a 17, acontece entre os dias 8 e 18 de novembro, em João Pessoa, na Paraíba. É a primeira incursão da competição escolar no Nordeste brasileiro.

As Olimpíadas Escolares 2007 são realizadas em uma parceria do Comitê Olímpico Brasileiro, Ministério do Esporte e das Organizações Globo, com apoio da Prefeitura Municipal de Poços de Caldas e do governo do Estado de Minas Gerais.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo