O presidente do Vasco, Eurico Miranda, disse “causar estranheza” a decisão da 52.ª Vara Cível do Rio de Janeiro, que suspendeu liminarmente nesta quinta-feira os votos de uma das urnas do pleito vascaíno realizado na semana passada. Para o dirigente, a decisão foi tomada em prazo muito célere, o que inviabilizaria que todos os documentos entregues por sua defesa na última terça fossem analisados. A decisão – uma antecipação de tutela – tira a vitória do atual presidente na última eleição e dá a maioria no conselho, que irá definir o próximo presidente, ao oposicionista Julio Brandt.

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Eurico Miranda garantiu que irá recorrer. “Quero dizer que confio na Justiça e tenho convicção que a verdade prevalecerá. Quero fazer considerações e, sem entrar no mérito, mostrar que o Vasco está tendo inúmeros prejuízos com essa situação, de aparente instabilidade. Sem dúvida está levando a administração a ter problemas. Temos coisas a fazer no dia a dia”, afirmou Eurico Miranda, em entrevista concedida em São Januário nesta quinta-feira.

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“Quero ressaltar uns pontos que me causaram estranheza. Uma ação que é levada a uma outra ação… As alegações que são feitas na terça-feira, com um feriado no meio, na quinta já são levadas em consideração. Fica claro que vamos decorrer da decisão. Não tenho dúvida que essa decisão vai ser modificada, diante de tudo que foi feito. Cumprimos tudo que foi determinado”, sustentou Eurico Miranda. “Sequer foi analisada a documentação. Podia questionar um, dois, três, quatro, cinco, seis, dez… Agora, dizer que não comprovou? O que o Vasco mais fez foi comprovar. O que estão querendo procurar é pelo em ovo”.

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Diretor jurídico do clube, Leonardo Rodrigues lamentou a decisão e o seu “vazamento”. Segundo ele, a diretoria do clube ficou sabendo da decisão pela imprensa, ainda que o processo corra em segredo de Justiça. “Mais uma vez lamentamos saber de uma decisão judicial pela imprensa, quando o processo corre em segredo de Justiça. Está sendo explorado politicamente de forma indevida para se criar um contexto de instabilidade”, declarou. “Formulamos um pedido de instauração de inquérito para ser analisado esse vazamento. As informações chegam à imprensa de forma instantânea”.

O advogado declarou que o clube ainda não foi notificado sobre a antecipação de tutela concedida pela juíza Maria Cecilia Pinto Gonçalves e repetiu o discurso de Eurico Miranda sobre a falta de tempo hábil para que a magistrada analisasse a documentação entregue. “Não fomos intimados ainda. Entregamos dois mil documentos, não me parece que haja tempo hábil para deliberar sobre isso. Me parece que a decisão tem um caráter abrupto, sem o Vasco ser previamente ouvido. Só a versão dos autores (do processo)”, afirmou.

Além de criticar a decisão, Eurico Miranda também disse que queria “tranquilizar” os vascaínos. “Quero tranquilizar o corpo de funcionários, os credores do Vasco e, principalmente, o time de futebol – é difícil que tudo isso não afete o futebol, a luta pela Libertadores. Com a decisão ou sem decisão, a administração permanece e tem a responsabilidade de gerir até a primeira quinzena de janeiro. Isso que posso passar aos que estão envolvidos, com a certeza de que vamos reverter”.