Insatisfeito pela mudança do clássico contra o Flamengo para o dia 16 de agosto, o presidente do Vasco, Eurico Miranda, por ser o mandante do confronto, disse ontem que vai à Justiça Desportiva e, se necessário, à Comum, para poder realizar a partida no domingo, como previsto no regulamento do Campeonato Brasileiro. O confronto pela sétima rodada precisou ser remanejado porque o Maracanã foi fechado no final de semana para os preparativos aos Jogos Pan-Americanos do Rio.
"Não tem mais regulamento nesse campeonato. Pode jogar no lixo", esbravejou o presidente do Vasco. "A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) passou por cima de tudo. Decidiu a favor de interesses de A, B e C e, simplesmente, canetou.
Eurico Miranda disse estar revoltado, principalmente, por não ter sido consultado antes de a mudança ser anunciada. Destacou, inclusive, que aceitaria jogar no estádio João Havelange, em Engenho de Dentro, previsto para ser inaugurado no dia 30.
"É inaceitável o Vasco realizar uma partida do primeiro turno somente no segundo. Quero saber quem vai ressarcir o Vasco. Tenho estádio para jogar e não aceito o cancelamento", protestou Eurico. "O Santos joga seus clássicos na Vila Belmiro, porque não posso atuar em São Januário? É perseguição? Discriminação?
O secretário municipal de Turismo, Esporte e Lazer, Eduardo Paes havia acertado com os clubes que o estádio funcionaria até o dia 24 de junho, antes de ele ser fechado para o Pan. Mas, na semana passada, o produtor executivo das cerimônias de abertura e encerramento, o americano Scott Givens, ameaçou abandonar o evento, caso o estádio não fosse entregue até o dia 20.
"Vou buscar dentro do Direito um ressarcimento para os prejuízos do Vasco. Vou à Justiça Desportiva e penso seriamente em ir à Comum", ameaçou Eurico Miranda. "Eles não podem mudar o jogo simplesmente. E os ingressos impressos? E o planejamento para a partida? Como ficam?
Apesar do mau momento da equipe no Brasileiro, após duas derrotas consecutivas, o técnico do Vasco, Celso Roth, também não gostou da mudança do clássico de domingo para o dia 16 de outubro. De acordo com o treinador, o time precisa adquirir ritmo de jogo e, por isso, a alteração será prejudicial para os jogadores.
Na Gávea, os dirigentes rubro-negros reagiram com conformidade à mudança. Afirmaram que irão acatar a decisão da CBF.
