Nem 24 horas depois de fazer duras críticas ao vice-presidente da CBF Delfim Peixoto, Eurico Miranda, mandatário do Vasco, elevou o tom das acusações contra o dirigente, que também é presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF). No fim da tarde desta sexta-feira, Eurico resolveu conceder entrevista coletiva em São Januário e apresentou uma espécie de dossiê com argumentos a favor da tese de que Delfim atua para prejudicar o Vasco.
Insatisfeito com “Seu Delfim”, Eurico voltou as armas contra a CBF e ameaçou iniciar uma “guerra” contra a entidade caso a mesma não intervenha na comissão de arbitragem, “que demonstrou absoluta incompetência”, segundo o presidente do Vasco.
“O Vasco está sendo muito prejudicado, mas o Vasco não é uma instituição qualquer. Se o presidente da CBF não tomar essa providência (investigar as denúncias), qualquer coisa que venha a acontecer de prejuízo ao Vasco ele vai ter que assumir a responsabilidade. Não vai ser só a Justiça Comum, nem na Desportiva. Vai ser declaração de guerra sem quartel. Esse senhor Marco Polo Del Nero (presidente da CBF) vai ver o que vai acontecer por parte do Vasco se essas providências não forem tomadas”, ameaçou Eurico.
A principal crítica do dirigente carioca é ao fato de que o filho de Delfim Peixoto, Delfim Neto, tem regularmente trabalhado como delegado de jogos de times catarinenses no Estado. “Eu lamento ter que dizer isso, mas quem funciona como delegado do jogo é um cidadão que foi condenado por tráfico de drogas, que inverteram ser apenas usuário. Está condenado a cinco anos”, lembrou Eurico.
O dirigente citou que, na penúltima rodada do Brasileirão, Jorge Henrique foi expulso quando estava no banco de reservas, por, de acordo com a súmula, ter protestado contra a arbitragem jogando uma garrafa de água no chão e reclamando de “sacanagem” em uma marcação. “Só quero saber como que o árbitro que está lá vendo o pênalti viu e ouviu o Jorge Henrique? Foi expulso porque o delegado comunicou a ele.”
O Vasco fez dois jogos seguidos contra catarinenses. Quatro atletas punidos com cartões diante do Avaí não puderam atuar frente à Chapecoense por estarem suspensos. “O (goleiro) Martín Silva levou um amarelo sob alegação de retardar a partida sendo que ele não tinha a bola. E já tinha comunicado desde o início que não iria cobrar os tiros de meta. O árbitro tinha ciência disso”, prosseguiu Eurico.
Na quinta, o Vasco foi prejudicado pela arbitragem de Ricardo Marques Ribeiro diante da Chapecoense. Teve um pênalti mal marcado contra si e viu o árbitro deixar de dar um pênalti claro a seu favor. O mesmo juiz também havia trabalhado na partida do primeiro turno, vencida pelos catarinenses.
Após a partida, Eurico disparou contra Delfim e o acusou de entrar em vestiários para falar com árbitros antes das partidas. Pádua respondeu na manhã desta sexta-feira, chamando o vascaíno de mentiroso.
Mas a súmula da partida entre Chapecoense e Vasco pelo primeiro turno registra a presença de Delfim no vestiário antes e depois do jogo “com o objetivo de cumprimentar a equipe de arbitragem”, de acordo com Marques Ribeiro.