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EUA e Suíça investigam se bancos ajudaram cartolas do futebol a esconder propinas

As autoridades da Suíça e dos Estados Unidos investigam a participação de grandes bancos no escândalo de corrupção no futebol e na Fifa. Em seu informe financeiro anual publicado nesta sexta-feira, o Credit Suisse admitiu que foi interrogado por investigadores de ambos os lados do Atlântico sobre seu envolvimento no caso que eclodiu em 2015 e indiciou 41 dirigentes esportivos, entre eles os três últimos presidentes da CBF.

“As autoridades suíças e dos EUA estão investigando se múltiplas instituições financeiras, incluindo o Credit Suisse, permitiram o processamento de transações suspeitas ou impróprias, ou fracassaram em cumprir regras de combate à lavagem de dinheiro com relação a certas pessoas e entidades associadas à Fifa”, admitiu o banco em seu informe publicado em Zurique.

O banco garante que está “cooperando” com a investigação. Mas revela que o processo se refere a “várias instituições financeiras”. A instituição também confirmou que recebeu pedidos de esclarecimento por parte das autoridades americanas e suíças em função das “relações bancárias com certos indivíduos e entidades associadas à Fifa”. O Credit Suisse, porém, aponta que o questionamento não se refere apenas ao primeiro grupo de cartolas indiciados, em maio de 2015.

No total, o esquema de corrupção investigado pelo FBI e revelado em 2015 envolveu mais de 150 bancos, inclusive entidades como o Banco do Brasil com sua sede no Paraguai.

Em 2016, o FBI ainda detectou contas secretas controladas por pessoas próximas a Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, na Suíça e pediu oficialmente para a Justiça de Berna que repasse aos EUA os detalhes das movimentações, extratos bancários e até mesmo pessoas que poderiam ter sido beneficiadas com o valor.

No total, a Justiça suíça indicou que mais de 110 movimentações financeiras estão sob suspeita e que de fato congelou dezenas de contas. “As autoridades americanas pediram documentos relacionados com 50 contas de diferentes bancos, por onde o dinheiro teria circulado”, indicou o porta-voz do Departamento de Justiça da Suíça, Folco Galli.

Segundo o jornal suíço Tages Anzeiger e o SRF, um canal público de Zurique, Teixeira é um dos que teve sua conta bloqueada. A suspeita se refere ao dinheiro que ele recebeu no escândalo da ISL, empresa de marketing e que vendia os direitos de TV das Copas do Mundo.

No indiciamento da Justiça norte-americana, em 3 de dezembro, o nome de Teixeira também aparece ao ser citado em uma propina da Nike e que seria compartilhada entre o brasileiro e o empresário José Hawilla. Cerca de US$ 40 milhões foram transferidos para uma conta na Suíça e divididos entre os dois.

Na Suíça, diversos bancos passaram a ser obrigados a colaborar com o caso, entre eles o UBS e Julius Baer, além do Credit Suisse. O congelamento das contas ocorreu a pedido dos norte-americanos.

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