Campeão olímpico de atletismo nas provas dos 5.000 e 10.000 metros nos Jogos de Pequim, em 2008, o etíope Kenenisa Bekele foi punido pela federação etíope da modalidade por ter faltado a um período de treinos, agendado para o início deste mês, visando o Mundial Indoor que será realizado em março. O atleta foi proibido de disputar competições locais e internacionais por tempo indeterminado por não ter cumprido a ordem da entidade.

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Além de Bekele, outros 34 atletas etíopes foram suspensos por se ausentarem aos treinamentos. Entre eles está a também campeã olímpica dos 5.000 e 10.000 metros dos Jogos de Pequim, Tirunesh Dibaba.

Apesar do rigor aplicado aos atletas punidos, o presidente da Federação Etíope de Atletismo, Bisrat Gashawten, revelou que a suspensão poderá ser anulada se os atletas justificarem o motivo da ausência em um próximo encontro dos corredores do país para um novo período de treinos. “Eles (corredores) têm de chegar a um acordo neste sentido”, disse o dirigente.

O empresário de Bekele, Jos Hermens, minimizou a importância da punição anunciada pela entidade e a acusou de querer chamar a atenção do público com a mesma, depois que a Etiópia amargou uma participação ruim no último Mundial de Atletismo, realizado em Daegu, na Coreia do Sul, em agosto de 2011. E o agente garantiu que o seu cliente estará liberado para representar o seu país nos Jogos Olímpicos deste ano, em Londres.

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Segundo e-mail ao qual a Associated Press teve acesso, a entidade garantiu que a suspensão já passa a valer para a próxima Maratona de Dubai, que será no dia 20 deste mês, e engloba o período de disputa da Olimpíada de Londres, cujas competições de atletismo acontecerão em agosto.

No último Mundial, a Etiópia conquistou apenas uma medalha de ouro, enquanto o Quênia, outro país famoso por produzir grandes corredores de longas distância e que é rival direto dos etíopes, faturou sete. Já no quadro geral de medalhas da competição, o país de Bekele ficou em nono lugar, com apenas cinco medalhas ao total, contra 17 dos quenianos, terceiros colocados.

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“Eles (dirigentes) entraram em pânico com as muitas derrotas no Mundial”, opinou Hermens, que também é o empresário de Haile Gebrselassie, outro etíope que é uma das maiores lendas da história do atletismo, com dois ouros olímpicos conquistados na prova dos 10.000 metros.