Estudo ‘inconclusivo’ aproxima astro paralímpico da Olimpíada

Markus Rehm, maior astro do esporte paralímpico na atualidade, está mais próximo de conquistar vaga para disputar os Jogos Olímpicos do Rio. Um amplo estudo encomendado à Universidade Alemã do Esporte não encontrou sinais de que ele se beneficia da sua prótese de carbono na perna direita para seus excelentes resultados no salto em distância.

O estudo realizado conjuntamente com a Universidade do Colorado, dos EUA, e com o Instituto Nacional de Ciência Industrial Avançada e Tecnologia de Tóquio, no Japão, descobriu que atletas com prótese têm menor capacidade de corrida, mas uma técnica melhor de salto. A pesquisa deixa em aberto a questão se a prótese ajuda ou atrapalha Rehm.

Para Wolfgang Potthast, pesquisador da Universidade Alemã do Esporte, “é difícil, senão impossível” determinar a vantagem obtida, ou não, pela prótese em forma de gancho que Rehm carrega a partir do seu joelho direito. Ele teve que amputar o membro após um acidente de wakeboard aos 14 anos.

“O estudo não identificou qualquer vantagem a partir da prótese, e eu acho que para mim é um bom resultado. Eu quero deixar o esporte olímpico e paralímpico próximos de novo. Quero dar aos dois lados a chance de lucrar com isso”, disse nesta segunda-feira o saltador alemão.

Markus Rehm venceu o campeonato nacional de 2014, mas não foi convocado pela Federação Alemã de Atletismo para disputar o Europeu do ano passado, uma vez que a entidade entende que ele a prótese poderia dar a ele uma vantagem injusta.

O saltador, que fez no Mundial Paralímpico do ano passado um resultado que faria dele também campeão no Mundial de Atletismo, entre atletas sem deficiência, sempre contestou essa versão. Para o presidente do Comitê Paralímpico Alemão, Friedhelm Julius Beucher, “essa não é uma questão de justiça, mas de discriminação”.

Rehm participou este ano de um evento na Praça Mauá, no Rio, mas seu resultado aparece numa sessão à parte do ranking mundial, descrita como “prótese de perna não sancionada”. Até o ano passado, os resultados do alemão contavam normalmente para o ranking da Associação das Federações Nacionais de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), que decidiu discutir se permite ao alemão competir em seus eventos oficiais.

Com o estudo em mãos, Rehm tem mais chance de ser liberado para repetir o sul-africano r Oscar Pistorius e ser o segundo atleta com prótese a participar dos Jogos Olímpios no atletismo. A diferença é que Pistorius não era uma ameaça aos rivais do ponto de vista da briga pelo pódio e a única desculpa era de que sua prótese poderia machucar um adversário.

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