A felicidade do atacante Henan, pela estreia que arrancou elogios do técnico Sérgio Soares, foi frustrada ontem. Protagonista do lance que resultou no primeiro gol atleticano, na vitória por 2 x 1 sobre o Corinthians Paranaense, quarta-feira, o jogador descobriu ontem que o gol não foi creditado a ele.
O árbitro Antônio Denival de Morais, dizendo seguir orientações da Fifa, assinalou na súmula como gol contra do corintiano Thiago Alencar. “É um pouco frustrante. Pensei que o gol tinha sido meu. O importante é que entrei na partida e ajudei o Atlético. Agora é continuar trabalhando forte para na próxima chance fazer o gol de verdade”, disse o atacante.
Henan já tem uma receita para não acabar frustrado novamente. “Respeito o árbitro que achou que foi contra, mas agora é pensar no jogo de sábado e fazer o gol sem deixar dúvida para ninguém. A hora que tiver a oportunidade vou chutar para entrar direto, que é melhor”, afirmou.
Segundo o diretor de arbitragem da Federação Paranaense de Futebol, Afonso Vítor de Oliveira, a entidade máxima do futebol orienta que seja anotado gol contra quando o jogador estiver de posse da bola, tentar atrasar e mandar para as redes em razão de o goleiro estar disperso ou algo semelhante a isso.
Porém, não foi esta a postura adotada pelo árbitro, que preferiu anotar gol contra. No lance, Henan tenta cruzar, a bola bate na cabeça de Thiago Alencar, que estava de costas para seu goleiro e empata o jogo.
“A Fifa considera sempre o gol de quem chutou. Em Paranavaí, sim, teve um gol contra. O jogador foi cortar e cabeceou contra, no jogo do Arapongas. No Atlético, o gol não foi contra, mas se a bola não batesse nele [Thiago Alencar] não iria para o gol”, explicou.
Mesmo assim o diretor de arbitragem defende a interpretação de Antônio Denival de Morais. “Foi 50% de quem chutou e 50% de quem bateu. As regras são interpretativas e o árbitro entendeu que foi mais gol contra que do atacante. Aí não posso questionar, é a interpretação dele. E interpretação não se discute. É como se faz na interpretação de um juiz com uma lei”, acrescentou.
O gol de Henan, além de deixá-lo fora da tabela dos artilheiros, ao menos até a próxima rodada, também mantém o jejum dos atacantes do Furacão. Desde o dia 4 de novembro um atacante de ofício não balança as redes. O argentino Nieto, hoje na reserva, foi o último a conseguir a façanha, em partida contra o Palmeiras, ainda pelo Campeonato Brasileiro.