Descontraído, confortável e realizado, o técnico Luiz Felipe Scolari chegou nesta sexta-feira ao Palmeiras. Aos 69 anos, o treinador se apresentou à equipe e em entrevista coletiva afirmou ter decidido voltar ao clube para a sua terceira passagem pela identificação com a torcida e, pela oportunidade de agora, desfrutar da estrutura de um time que se modernizou nos últimos anos.
O treinador deixou a equipe palmeirense pela última vez em setembro de 2012 e volta depois de quase seis anos. “Éramos naquela época uma equipe itinerante. Jogávamos (como mandantes) em Barueri, no estádio da Portuguesa, em Presidente Prudente… Porque não tínhamos nosso estádio. Agora temos um estádio maravilhoso e uma estrutura que, possivelmente, só vi algo assim em Londres, no Chelsea”, afirmou Felipão, em sua apresentação oficial. A estreia dele será no domingo, contra o América-MG, em Belo Horizonte, pelo Campeonato Brasileiro.
O novo técnico palmeirense afirmou que escolheu voltar ao Palmeiras e recusar oportunidades de dirigir seleções por ter identificação com o clube. “É uma equipe com a qual tenho identificação, assim como com a torcida. Estou muito feliz por retornar para a minha casa”, disse. Felipão volta ao Palmeiras com contrato válido até dezembro de 2020, com multa rescisória fixada no pagamento de um salário.
O treinador dirigiu a equipe em 408 partidas, com 192 vitórias, 111 empates e 105 derrotas. Antes do retorno ao clube, ele estava no futebol da China, onde dirigiu o Guangzhou Evergrande por dois anos e meio, com sete títulos conquistados. Pelo Palmeiras o treinador conquistou na primeira passagem, entre 1997 e 2000, a Copa do Brasil e a Copa Mercosul em 1998, mais a Libertadores de 1999 e o Torneio Rio-São Paulo de 2000. Já na segunda vinda ao clube, entre 2010 e 2012, ganhou a Copa do Brasil no último destes anos. Em 36 anos de carreira foram 26 conquistas, a mais importante delas a Copa do Mundo pela seleção brasileira, em 2002.
O Palmeiras entrou em contato com Felipão na última semana, depois da demissão de Roger Machado. O experiente treinador estava em Cascais, em Portugal, quando foi acordado de madrugada por uma ligação do diretor de futebol Alexandre Mattos. Pego de surpresa, Felipão contou ter perdido o sono pela oportunidade e buscou conversar com a família para explicar o plano de voltar ao futebol brasileiro. “Os palmeirenses moram no meu coração”, disse.
A motivação do treinador é encontrar em 2018 um Palmeiras bem mais forte do que o de 2012. “É muito diferente porque éramos itinerantes e tínhamos uma dificuldade financeira muito grande. Tínhamos que fazer contratação sem gastar no empréstimo e pagar valores irrisórios. Ainda assim, ganhamos a Copa do Brasil”, comentou.