A motivação para encarar o desafio de levar o Coritiba de volta à primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Segundo o novo técnico alviverde, Estevam Soares, esse foi o principal fator que o levou a aceitar a proposta do clube do Alto da Glória. Apresentado à imprensa na tarde de ontem, Soares revelou que recusou outras ofertas de trabalho em benefício do Coxa e que vai avaliar o elenco antes de indicar reforços à diretoria.
Ele chegou a Curitiba ontem e assinou contrato até o final de 2006. Viaja amanhã para Campo Mourão, onde o Coxa enfrenta a Adap, fechando a primeira fase do Campeonato Paranaense. Nesta partida, o Cori ainda será dirigido pelo interino Cláudio Marques. Soares só assume a equipe na segunda-feira e estréia na próxima quarta, diante do Icasa, pela Copa do Brasil.
Confira a seguir os principais trechos da entrevista coletiva do novo comandante coxa-branca:
Motivos para assumir o Coxa O que me fez aceitar esse convite do Coritiba e rejeitar outros, foi a motivação.
A motivação de poder trabalhar num clube que tem a grandeza, a tradição e a história do Coritiba e que vive hoje um momento difícil, um momento ímpar dentro de sua história.
Propostas rejeitadas
Neste próprio final de semana eu rejeitei uma proposta da Portuguesa de Desportos. Também poderia ter assumido o Fortaleza, que é uma equipe da primeira divisão.
Conhecimento do grupo
O Coritiba, como qualquer grande equipe, é sempre observado. Estou sempre observando, sempre vendo os jogos e lendo o noticiário. Acompanhei muito o elenco do ano passado, que era um elenco forte, mas acabou sucumbindo e caindo para a segunda divisão. Este ano eu sei que houve uma reformulação, com a tentativa que vem dando certo de promover atletas dos juniores, o que eu acho muito interessante. Mas acho que qualquer análise que eu fizer sobre o elenco do Coritiba hoje seria muito prematura.
Planos para a equipe
Nós já vamos assistir o jogo neste domingo. Vamos assumir na segunda-feira, dirigir o time no jogo de quarta-feira, na Copa do Brasil. A partir daí será uma seqüência, nos jogos e treinamentos, de observação, para a gente fazer uma análise profunda do elenco. Porque é intenção da diretoria, e também nossa, de fazer uma equipe forte, competitiva, para voltar à primeira divisão.
Reforços
Quem estiver melhor, trabalhar, se esforçar, vai jogar. Então, ainda não podemos falar nada de contratação. Mesmo os jogadores que já estão prematuramente julgados e colocados fora, poderão ser titulares.
Estilo de Série B
O Campeonato Brasileiro da Série B se diferencia da Série A.
É outro estilo de jogo. O que eu espero é uma equipe que marque bem, uma equipe rápida e principalmente com jogadores que tenham o orgulho de vestir a camisa do Coritiba. Esse é um fator primordial.
União é fundamental
A torcida está triste e magoada, e com razão. Porque o Coritiba é grande. Se assim não fosse, ela estaria tranqüila. O Coritiba na Série C ou na Série B, ela não se preocuparia. Agora, o que o torcedor tem que entender, é que, numa história de 96 anos, você não ter percalços é difícil. O Coritiba errou um passo dentro de sua trajetória. Isso não o diminui em todas as suas glórias, todas suas conquistas. Então é o momento de o torcedor compreender que a tristeza já passou. Não podemos ficar vivendo do passado. Então o momento é de todos os segmentos do clube se unirem, dar as mãos e andar junto. Se for diferente, com os jogadores de um lado, os torcedores de um outro lado, contra, vaiando, nós vamos ter um ano difícil.
Trabalho com os jovens
Acho que o atleta independe de idade. Essa questão de juventude é muito relativa. Quando o atleta tem qualidade, na parte técnica, na parte tática e principalmente na parte emocional, ele vai jogar e dar conta do recado. Então eu acho louvável essa atitude do Coritiba de apostar nos jogadores criados na base. Eu adoro isso. Minha carreira se marcou muito por procurar jogadores, por buscar na base jogadores para a equipe principal.
Time modificado pra encarar a Adap em Campo Mourão
Um Coritiba diferente vai entrar em campo às 16h de amanhã, para enfrentar a Adap, em Campo Mourão. Em seu último jogo no comando da equipe coxa-branca, o técnico interino Cláudio Marques vai promover quatro alterações no time que jogou as duas últimas partidas.
O meia Jackson sentiu a coxa no treinamento da manhã de ontem e será poupado, com Julinho ganhando mais uma chance entre os titulares. Quem também deixa o time é Wilton Goiano, que foi mal no empate em 1 a 1 contra o Roma, na última quarta-feira, e acabou perdendo a posição para James.
Já o zagueiro Henrique e o meia Renan ficarão fora para aprimorar o condicionamento físico. Ambos foram promovidos da equipe de juniores após a disputa da Copa São Paulo e, como praticamente não tiveram férias, estão sentindo a seqüência de jogos. Ambos também devem ficar de fora do jogo contra o Icasa, na próxima quarta, pela Copa do Brasil.
Os substitutos de Henrique e Renan serão os zagueiros Índio e Marcelo Batatais. Assim, a equipe alviverde volta a jogar no 3-5-2. ?Espero que a gente possa jogar muito melhor do que diante do Roma. Fui chamado para assumir o time nessa situação e espero me sair bem nessa última apresentação no comando?, diz Cláudio Marques.
O jogo é importante para as pretensões alviverdes no Campeonato Paranaense.
Se vencer, o Coxa pode até garantir a primeira posição do grupo B, caso o Paraná não vença o Toledo. Porém uma derrota ou até mesmo um empate podem complicar as coisas para o Cori. Nesse caso, se o Londrina bater o Paranavaí, em casa, o time do Alto da Glória cai para a quarta posição, o que pode significar um clássico Atletiba já nas quartas-de-final.
