Se a seleção feminina dos Estados Unidos joga basquete, todos os outros times do mundo jogam um esporte parecido, mas não o mesmo. A diferença de nível técnico é gritante e ficou clara neste sábado à tarde, na Arena Carioca 1, na final olímpica do Rio-2016. A americanas atropelaram um bom time da Espanha por 101 a 72 para conquistarem o sexto ouro olímpico consecutivo.

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Desde que o basquete feminino é modalidade olímpica, as americanas só não ganharam em três edições dos Jogos: na estreia em 1976 (perderam a final da União Soviética), em 1980 (Olimpíada que os EUA boicotaram) e 1992 (caíram diante da campeã Comunidade dos Estados Independentes, resquício da União Soviética, na semifinal). Em Mundiais, perderam a edição de 2006 para a Austrália e a de 1994 para o Brasil.

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Em Jogos Olímpicos, desde Atlanta-1996, ninguém ganha dos EUA, que também subiu ao topo do pódio na modalidade com as mulheres em Sydney-2000, Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012. Mas, em nenhum momento da história a vantagem sobre todo o resto foi tão grande. Na final do Rio-2016, o time americano pela segunda vez ultrapassou a barreira dos 100 pontos em uma decisão. Em 1996, fez 111, mas levou 87 do Brasil.

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Desta vez, a Espanha quase não impôs resistência. Sem saber como furar a defesa das norte-americanas e com a mão descalibrada mesmo em arremessos sem marcação, as espanholas foram para o intervalo com aproveitamento de menos de 25% das bolas de dois pontos. Na segunda metade da partida, com o time dos Estados Unidos relaxado, essa estatística chegou a 40%.

Com 17 pontos, Diana Taurasi foi a principal jogadora americana, acertando cinco bolas de três pontos. Lindsay Whalen entrou bem no fim da partida e, em apenas 15 minutos, fez também 17 pontos. Pela Espanha, destaque para Domínguez, que anotou uma cesta do meio da quadra no fim do terceiro quarto, e a Alaba Torres.

A partida também escancarou a discrepância entre o basquete masculino e feminino. Enquanto o jogo de domingo entre EUA e Sérvia, pela decisão dos homens, é tratado como de “alta demanda” pela organização do Rio-2016, cerca de metade dos assentos da Arena Carioca 1 estavam vazios para o duelo entre EUA e Espanha neste sábado.

No portão do Parque Olímpico, muita gente oferecia ingressos. Eram, em sua maioria, brasileiros desinteressados em uma final que não envolve o Brasil. Mesmo os americanos eram poucos no ginásio neste sábado. Não mais do que 30 bandeiras dos EUA foram vistas na arquibancadas – o torcedores americanos costumam carregar pelo menos uma bandeira por grupo e, por isso, são facilmente reconhecíveis.