País-sede da Copa do Mundo de 2014, o Brasil tende a conviver com um dilema após o Mundial: ter arenas padrão Fifa contrastando com estádios cuja vida útil está por vencer. Para enfrentar esse contraste, o Ministério do Esporte criou recentemente um grupo de trabalho para aprimorar os laudos técnicos das praças esportivas e formar um ranking de estádio brasileiros, levando em consideração conforto, segurança, acessibilidade, infraestrutura e aspectos técnicos, como durabilidade de suas estruturas.

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No total, 17 pessoas foram selecionadas para integrar o grupo. Um deles é Reginaldo Cordeiro, presidente da comissão de vistoria da Federação Paranaense de Futebol, e que também é inspetor da CBF. Segundo ele, o novo ranking ainda não tem um padrão definido, podendo ser definido por estrelas, como são com os hotéis, ou por notas, que variariam de zero a 10. “Não tivemos ainda a primeira reunião, talvez aconteça em outubro, em Brasília, com os membros específicos para cada situação. Ainda não definimos exatamente como vamos fazer, se será por notas ou por estrelas, como são os hotéis”, explicou.

A avaliação será feita em cima da qualidade, da capacidade, da segurança e do conforto dos estádios. Para cada categoria, será apontada uma nota, chegando, por fim, a uma média geral. Porém, inicialmente, alguns locais já tem uma nota prévia estipulada. Casos dos estádios que sediarão a Copa do Mundo ou que estão em fase final de conclusão. Estes, por já estarem no padrão de exigência da Fifa, tendem a ter nota 10.

Entre eles, está a Arena da Baixada, que sai na frente dos demais palcos do Paraná. Em uma breve análise, Cordeiro acredita que o Couto Pereira e a Vila Capanema, embora estejam em boas condições, saem atrás de muitos outros, por conta de alguns pontos que serão levados em consideração. “A Arena da da Baixada, concluída dentro das exigências da Fifa, poderá ter um 10. O Couto Pereira, por ser mais antigo, pode alcançar um 7 ou 8. A Vila Capanema, por ser menor, mais enxuta, talvez chegue a 6. Tudo depende das avaliações. A Vila e o Couto, por exemplo, não são 100% cobertos, não têm cadeiras em todos os lugares, então terão notas reduzidas no conforto, sem poder chegar a 10. A própria Arena, antes das obras, não teria nota 10, porque tinha alguns pontos cegos e não estava totalmente concluída”, apontou Reginaldo.

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Para o dirigente, o ranking de estádios do Ministério do Esporte poderá levar a uma modernização generalizada nos estádios brasileiros. “Em Porto Alegre, o estádio do Inter vai receber a Copa, mas o Grêmio também se preparou e fez o seu estádio. Naturalmente, haverá uma competição entre os clubes. Uma coisa puxa a outra”, completou.

Laudos

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Quanto aos laudos, o objetivo com a formação deste grupo é melhorar as exigências técnicas dos estádios, para evitar informações superficiais. “Muitas vezes, os laudos têm perguntas parecidas ou questões que não são citadas. É importante esclarecermos mais as informações, para não serem incompletas”, disse Cordeiro, que foi o escolhido pelo fato de o Paraná ser um dos estados que realiza vistorias em estádios. “Somos os mais exigentes. Tanto que exigimos para primeira, segunda e terceira divisões. É futebol profissional do mesmo jeito e tem que cumprir o Estatuto do Torcedor”, acrescentou.