Fechado por ordem da Justiça, o Pinheirão virou terra de ninguém. Desde o dia 30 de maio, quando teve todos os seus acessos lacrados, o estádio está praticamente abandonado. Sem manutenção, o gramado está se deteriorando. Vândalos também estariam aproveitando a ausência de vigilância para depredar cadeiras e furtar móveis e equipamentos.
A Federação Paranaense de Futebol (FPF), proprietária do estádio, tenta uma autorização para fazer a manutenção, segurança e limpeza do Pinheirão. ?O juiz recebeu nosso pedido e encaminhou para o Ministério Público, que dará seu parecer. Entendemos que a interdição é somente para jogos e eventos?, diz Vinícius Gasparini, advogado da FPF. Só que a entidade demorou mais de um mês para fazer o pedido.
O Pinheirão foi fechado por ordem do juiz da 18.ª Vara Cível de Curitiba, numa ação que tramita desde 2002. Ele acatou pedido do Ministério Público do Paraná, que exige que a FPF apresente um laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros, atestando a segurança do estádio.
Desde então, todos os acessos do Pinheirão estão lacrados. O trabalho de limpeza e manutenção foi suspenso e só há vigilância na parte externa. Quem desrespeitar a ordem judicial e entrar no estádio pode ser preso. A única exceção é a sala do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), que obteve autorização para continuar em atividade.
A principal vítima da falta de cuidados é o gramado do estádio. Se continuar sem manutenção, a grama pode ficar totalmente comprometida, o que significaria um prejuízo de cerca de R$ 150 mil. ?Não é só falta de irrigação. A grama também precisa ser tratada com adubo e uréia?, explica o diretor de futebol profissional da FPF, Almir Zanchi, alertando que a chuva dos últimos dias não é suficiente para salvar o campo de jogo.
A reportagem da Tribuna esteve ontem nos arredores do Pinheirão. Através de uma fresta em um dos portões, é possível verificar que o gramado já está amarelado. Os lacres nos acessos continuam intactos, mas segundo Gasparini o estádio tem sido constantemente invadido. ?Vândalos têm pulado o muro, rincipalmente nos fundos do estádio. Como o guardião fica apenas do lado de fora, eles têm tido liberdade para circular, arrancar cadeiras, quebrar banheiros…?, afirma o advogado da FPF.
Além da autorização para fazer a manutenção do Pinheirão, a FPF tenta também reverter a decisão que interditou o estádio. O recurso tramita na Câmara Cível e, segundo Gasparini, deve ser julgado no início de agosto.
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