Sentada na poltrona confortável de um camarote da Arena da Baixada, a senhora Clotilde Guimarães Mader, 82 anos, olhava fixamente para o gramado. Voltou no tempo, lembrou-se do antigo estádio Joaquim Américo, das acanhadas bancadas de madeira e dos 100 anos que o local completará no ano da Copa do Mundo 2014. Depois disso falou: “Meu avô soube o que fez quando passou o campo ao Atlético.”

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Clotilde é neta de Joaquim Américo Guimarães, ex-presidente do Internacional – clube embrião do Furacão. Ainda assim, depois das assinaturas que praticamente garantiram o estádio batizado com o nome do seu avô no Mundial, não foram apenas as credenciais familiares que a fizeram se emocionar.

O vínculo entre ela e a Baixada é ainda maior. “Meu avô morreu muito cedo, quando seus filhos ainda eram pequenos. Mas o estádio eu comecei a frequentar nos anos 1930, com meus pais e tios”, diz, orgulhosa, com pose de quem faz parte da história do velho e também do novo Joaquim Américo. “Esse campo, no começo, era pequenininho. Fico admirada ao ver que hoje está grande, que vai receber até jogo de Copa”, completou.

Atualmente, a neta de Joaquim Américo precisou se distanciar das arquibancadas. Assiste jogos do time do coração apenas na TV. “Por indicação médica, vejo apenas os reprises”, justificava Clotilde, que ontem simbolizou a volta de todos os atleticanos à Arena. “Essa é a casa atleticana que queremos. Para todos os atleticanos, de todas as gerações e classes sociais”, disse o presidente Marcos Malucelli.

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A fala de Marcos Malucelli foi completada pelo presidente do conselho deliberativo do Furacão, Gláucio Geara. “A dona Clotilde é a preservação da memória de Joaquim Américo”, encerrou.