As condições de segurança do Couto Pereira passaram por uma avaliação ontem. Técnicos e engenheiros da Prefeitura de Curitiba, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR) e do Corpo de Bombeiros vistoriaram o estádio do Coritiba.
Num primeiro momento, a casa do Coxa foi aprovada pelas autoridades. Apesar de o estádio apresentar algumas rachaduras e vigas expostas e corroídas, na avaliação visual não foram identificados problemas que coloquem em risco a segurança dos torcedores.
Mas o aval definitivo para o estádio alviverde só sairá depois que o clube apresentar um laudo de responsabilidade técnica. O prazo é de 30 dias. ?O laudo será o documento conclusivo para a avaliação final sobre as condições de segurança no estádio?, afirmou o coordenador da Comissão de Segurança em Edificações e Imóveis da Prefeitura (Cosedi), Hermes Peyerl.
Além das condições estruturais, foram também observados itens exigidos pelo Corpo de Bombeiros, como condições ideais de materiais para prevenção contra incêndios e análises técnicas sobre saídas de emergências, entre outros.
A última inspeção no Couto Pereira foi feita no início deste ano. Depois disso, o estádio enfrentou problemas de superlotação e suspeitas sobre as reais condições de segurança, depois que um estudo do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia (Sinaenco) apontou detalhes que poderiam indicar problemas estruturais. A vistoria de ontem foi um pedido do Ministério Público, que quer saber qual a real condição do Couto antes de liberá-lo para que continue recebendo os jogos do Coxa.
Hora de pôr a mão no bolso
Após garantir o retorno à primeira divisão do Brasileiro, o Coritiba já enfrenta outro desafio. Os contratos de grande parte dos jogadores estão chegando ao fim, o time ainda não definiu seu novo treinador e a montagem do elenco para 2008 está começando em meio a uma acirrada disputa eleitoral.
Não deixar que a sucessão ?atrapalhe? os planos para a próxima temporada, e vice-versa, é uma tarefa comum para a atual diretoria e os grupos de oposição. Mas por enquanto, os dois lados não se entendem e o discurso de união para o bem do clube não passa de conversa fiada.
O atual coordenador de futebol e candidato a presidente, João Carlos Vialle, disse que iria convidar representantes da oposição para discutir e opinar sobre a montagem do elenco. ?O Coritiba não pode ficar parado no tempo, esperando a eleição. Vou informar e ouvir as várias correntes sobre quais passos iremos dar. Apesar de pensamentos diferentes, todos nós queremos o bem do Coritiba?, prometeu.
Porém, adversários do grupo liderado pelo atual presidente, Giovani Gionédis, garantem que tudo não passa de discurso. ?Quando ele disse isso, acreditei que estava se mostrando preocupado com o futuro do clube. Só que ficou apenas na retórica. Esse convite nunca veio e não estamos tendo acesso a nada?, garante o candidato de oposição Jair Cirino.
Mesmo sem ser chamado, Cirino diz que seu grupo já se movimenta para montar o time de 2008, caso seja eleito na votação marcada para o dia 16 de dezembro. ?Já temos uma lista de reforços. Se o time atual foi suficiente para subir e vencer a Série B, ainda não é para fazer uma campanha à altura do Coritiba na Série A. Queremos ver o clube disputando uma vaga na Libertadores já em 2008?, afirma.
Por enquanto, a chapa de Cirino é a única registrada para a disputa com Vialle. Outro grupo de oposição, liderado por Domingos Moro, ainda tenta articular uma chapa. E se com Cirino não há diálogo, com Moro a história é diferente. Tentando atraí-lo para seu lado, Vialle já ofereceu o cargo de diretor de futebol. Sem sucesso, ao menos por enquanto.
Urgente
Se não correr, o Coritiba corre o risco de sofrer vários desfalques. Na última sexta-feira, venceram os contratos de treze atletas que participaram da campanha vitoriosa na Série B. No fim do mês, mais seis jogadores terão seus vínculos encerrados. Entre eles, nomes importantes na temporada e que fazem parte dos planos para 2008, como o goleiro Edson Bastos, o zagueiro Jéci, os volantes Veiga e Douglas Silva, os meias Caíco e Diogo e o atacante Gustavo.
Valorizados pela conquista do título, alguns deles estão sendo cobiçados por outros clubes. A situação de Edson Bastos é uma das mais complicadas. A atual diretoria teria considerado sua pedida salarial muito alta e já admite a saída do goleiro.