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Estádio, usado pelo extinto clube da família Meneghel por 42 anos, foi avaliado em R$ 3 milhões pela Justiça do Trabalho de Bandeirantes. |
As modestas arquibancadas do Comendador Luiz Meneghel já viram desfilar grandes craques e testemunharam dezenas de episódios folclóricos do futebol paranaense. Hoje, um lance de leilão separa o estádio do saudoso União Bandeirante da possibilidade de virar somente lembrança.
A casa do União, que fechou as portas em 2006, após 42 anos de história, foi a leilão para pagamento de dívidas trabalhistas. Na primeira tentativa, no último dia 8, ninguém se dispôs a desembolsar R$ 3 milhões pelo Comendador Meneghel. Um segundo arremate está para ser agendado, pela metade do preço original.
O leilão foi determinado pela Vara do Trabalho de Bandeirantes, como garantia de pagamento de ações de ex-funcionários e ex-jogadores do União. Mas alguns questionamentos jurídicos podem melar o arremate. ?O problema é que ninguém sabe de quem é o estádio?, conta o radialista Navarro José, que por muito tempo cobriu o União Bandeirante pela Rádio Cabiúna.
Embargo
A principal voz contrária ao processo é do Bandeirante Esporte Clube (BEC), que sucedeu o time dos Meneghel e usa o estádio em competições amadoras e de categorias de base. O gestor do clube, Celso Silva, diz que já tem Ação Civil Pública pronta para tentar embargar o leilão, alegando que em 2006 firmou contrato de cessão do estádio por 10 anos com o União. ?Mesmo que algum maluco compre o estádio, terá que nos aturar por mais oito anos?, ameaça Silva.
Mas há quem diga que o Comendador Meneghel deve ser devolvido ao município, com o fim do União. ?Na vacância do União, a assembléia do clube deve decidir para quem será cedido o estádio?, rebate Silva. Mesmo que o leilão vá em frente, o responsável pelo novo time de Bandeirantes espera que o espaço não seja transformado em outro tipo de empreendimento. ?O Comendador Meneghel é patrimônio esportivo da cidade. Ninguém aqui se atreverá a comprá-lo, a não ser que por uma finalidade esportiva?, diz o gestor do BEC.
Pessoas ligadas ao extinto União Bandeirante foram procuradas pela reportagem da Tribuna pra falar sobre o leilão do estádio, mas não retornaram as ligações.