O futebol vai dar lugar à política no Alto da Glória, esta semana. Em vez de torcedores, jogadores e bola na rede, candidatos, cabos eleitorais e muita propaganda.
Na reta final de uma das mais tumultuadas e acirradas eleições da história do Coxa, vale tudo para conquistar os votos dos sócios. A votação está marcada para o dia 16 de dezembro, próximo domingo.
No final da semana passada, os três grupos que disputam o comando do clube acertaram os últimos detalhes da campanha. Jantares de adesão, inauguração de comitês e muito discurso deram o tom do noticiário alviverde. Nada que fique devendo a uma autêntica corrida eleitoral.
?Transparência?
A chapa ?União Coxa-Branca?, que tem como candidato a presidente o atual coordenador de futebol, João Carlos Vialle, inaugura amanhã seu comitê, que ficará na Avenida João Gualberto, 970, no Juvevê. Um jantar na noite de quinta-feira definiu as últimas estratégias da campanha.
Para conquistar os eleitores, o grupo de Vialle está apostando em uma imagem de abertura e transparência. Para isso, lançou a campanha ?Fale com Vialle?, para esclarecer dúvidas e colher sugestões dos sócios. ?Vou atender todos que for possível e impossível. Precisamos mostrar ao associado que ele é o líder do clube?, promete o candidato da situação. Além de pessoalmente, no comitê, ele estará atendendo aos eleitores pelo e-mail falecomvialle@gmail.com.
?Ofensiva?
O grupo de oposição ?Coritiba com Respeito e Dignidade?, de Jair Cirino dos Santos, também concentrou suas ações em um comitê. Ele fica próximo ao Couto Pereira, na Rua Ubaldino do Amaral, 649. A chapa aposta num elaborado material de campanha e muito corpo a corpo com o eleitor.
No final da semana passada, os adeptos da chapa lançaram a ?ofensiva da oposição?, uma mobilização geral dos sócios que apoiam Cirino. ?Temos que interromper esse continuísmo de fracassos administrativos e esportivos?, diz o candidato.
?Tradição?
Último grupo inscrito para o pleito, o ?Coritiba do Futuro?, de Domingos Moro, investe na união entre juventude e experiência. Na composição da chapa, convivem personagens históricos do Coxa, como o ex-presidente Evangelino da Costa Neves e os antigos ídolos Aroldo Fedato e Evílton Carazzai, e nomes da nova geração alviverde, como Marcelo Caluff, que deve assumir a direção do futebol em caso de vitória de Moro.
Para o candidato, essa união mostra que o grupo está aberto à participação de todos os coritibanos. ?Procuramos fazer uma coisa bonita para o clube, para que as pessoas possam se orgulhar. Fizemos o resgate de pessoas importantes e o lançamento de novos nomes, de olho no futuro?, afirma Moro.
Denúncias e ameaças marcam as campanhas
Como em toda eleição que se preze, no Coxa também não faltam denúncias e ataques pessoais. Domingos Moro garante que recebeu ameaças pelo telefone, inclusive de morte, mas não revela de onde partiram. Postura que deixou irritados componentes das duas chapas concorrentes.
O presidente Giovani Gionédis, que apoia Vialle, também partiu para o ataque na última semana. Em uma sessão da Assembléia Legislativa em homenagem ao título da Série B, ele chamou Cirino de ?Jair Girino?, e disse que o candidato de oposição desconhece a realidade do clube ao criticar sua situação financeira.
Cirino também não ficou para trás. No jantar de lançamento de sua candidatura, ele disse que, na presidência, Vialle não passaria de um fantoche nas mãos de Gionédis. ?Não há como eleger uma pessoa indicada pelo presidente do clube, que terá uma cara nova, mas adotará a mesma e velha política?, disparou. (CM)