Enquanto Onaireves Moura e seus parceiros finalizam o projeto do novo Pinheirão, seus adversários prometem o contragolpe.
A briga esquenta à medida que se aproxima o prazo final – 31 de maio – para o governo do Estado indicar a sede paranaense na Copa 2014.
Amanhã, Cirus Itiberê da Cunha e Isaac Ferreira, representantes da Federação Paranaense de Futebol – FPF-, apresentam os dados colhidos no simpósio sobre construção e modernização de estádios, realizado na semana passada, em Portugal. Eles também explicarão como o novo Pinheirão se adequaria às normas do caderno de encargos da Fifa. No mesmo dia, o projeto do novo estádio será mostrado ao Conselho Deliberativo do Coritiba, possível parceiro da empreitada – se os conselheiros vetarem, o Coxa sai da jogada.
Contra o favoritismo do Pinheirão, a oposição de Moura prepara uma artilharia pesada. Ontem, o antigo vice-presidente da FPF e candidato derrotado na última eleição para a presidência da entidade, Hélio Cury, enviou uma espécie de dossiê anti-Moura aos presidentes da Confederação Brasileira de Futebol – CBF-, Ricardo Teixeira, e do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Rubens Approbato Machado. Cury lembra que a permanência do cartola no comando da FPF fere o artigo 23 da Lei Pelé, que veta pessoas condenadas em sentença definitiva e com falência pessoal decretada pela Justiça. ?Hoje sofremos da falta de credibilidade. O Paraná não pode ficar fora da Copa, mas a coordenação do projeto deve ficar com as pessoas certas?, diz Cury.
Ao mesmo tempo, o vereador Mario Celso Cunha, líder da bancada governista na Câmara Municipal, ainda aguarda resposta da Prefeitura quanto ao pedido de informações sobre a situação legal do Pinheirão.
A Prefeitura de Curitiba já moveu 17 ações de execução fiscal (cobrança judicial de dívidas) contra a FPF, e um recente laudo judicial constatou que a federação ?grilou? mais de 3 mil m2 de terrenos da Prefeitura nos fundos das cadeiras sociais. ?Antes de o município liberar a construção do estádio, é preciso que a Federação cumpra suas obrigações legais e fiscais?, falou o vereador, que também é conselheiro do Atlético.
O próprio Rubro-Negro corre contra o tempo para ver seu estádio indicado ao Mundial.
A diretoria atleticana contesta os argumentos usados pelo governo do Estado para escantear a Arena, como estacionamento insuficiente e entorno superpovoado. O clube, que conta com intermediários para apresentar seu projeto ao governo do Estado, considera que a indicação do Pinheirão tem caráter mais político do que técnico.