Depois das pesadas críticas que sucederam o empate com o Londrina, Luiz Carlos Barbieri bem que tentou revolucionar taticamente o Paraná Clube. O técnico tricolor experimentou a equipe no 4-4-2, mas voltou atrás e mantém o sistema com três zagueiros diante do União, amanhã, em Bandeirantes.
Barbieri já afirmou que o tradicional esquema com quatro zagueiros, quatro meias e dois atacantes é seu preferido, mas algumas circunstâncias o impedem de adotá-lo no Paraná. No Brasileirão, preferiu não mexer na estrutura que deu certo sob o comando de Lori Sandri. No Paranaense, começou no 3-5-2 e ensaiou a mudança tática diante do mesmo União, na terceira rodada do primeiro turno. Depois do magro empate em casa, o técnico abandonou a experiência no 4-4-2 alegando vulnerabilidade na defesa.
Retomada a estratégia original, o time também não engrenou. Mesmo atuando com três zagueiros, o Tricolor não preencheu as lacunas defensivas, como provaram os atacantes do Londrina na partida de quarta-feira.
No coletivo de ontem, Barbieri tirou um zagueiro titular (Neguette) e escalou mais um meia ofensivo (Marcelinho). Para tentar acertar a marcação, trocou a posição dos volantes, deixando Beto à frente dos zagueiros e avançando Rafael Muçamba. E não gostou do que viu. ?No 4-4-2 você prende os dois alas e fica sem os flancos. E os dois atacantes precisam ajudar (na marcação), mas eles (Leonardo e Jeff) não têm essa característica?, justificou o treinador.
Depois da metade do coletivo, quando tirou um atacante (Jeff) e colocou um zagueiro (Neguette), formando um 3-6-1, Barbieri se satisfez. ?O time ficou mais encorpado, com mais mobilidade e explorando o apoio dos dois alas. Não adianta a gente tentar, tem que adotar a formação de acordo com jogador?, conformou-se o técnico.
Barbieri deixou para anunciar depois do treino da manhã de hoje o time que enfrenta o União. Mas é quase certo que o Tricolor jogue com Flávio; Gustavo, Emerson e Neguette; Goiano, Rafael Muçamba, Beto, Maicosuel, Marcelinho e Edinho; Leonardo.
Goiano ganha nova oportunidade
Além de Marcelinho que estréia como titular, outra novidade no Paraná é a entrada de Goiano. Já ?veterano? entre os pratas-da-casa, o volante de 25 anos parecia esquecido no elenco até ser testado como ala-direita, no lugar de Elton. ?Foi uma grata surpresa. É rápido, leve e deu outra dinâmica ao setor?, entusiasmou-se Barbieri, que no início do treino havia escalado Ayrton, lateral de ofício.
O técnico não gostou da experiência com o atleta indicado por ele próprio. ?Ayrton ainda está inibido, precisa se entrosar com os companheiros. Sempre tem um jogador que sente mais e é preciso sensibilidade para preservá-lo?, falou Barbieiri. Antigo quebra-galho de treinadores, Goiano, que teve frustrada negociação com o futebol russo no ano passado, mostrou-se empolgado com a surpresa. E, discretamente, já pleiteia uma vaga no time. ?Joguei bastante de lateral, para mim não haverá problema. Só preciso entrar em mais partidas para ganhar ritmo?, falou.