Entre resignados e frustrados, doze jogadores farão parte de uma torcida diferente na Copa do Mundo. Todos foram pentacampeões em 2002, mas, por causa de lesões, idade ou queda de produção serão meros espectadores no Mundial que começa no mês que vem.
Parreira manteve uma base sólida em relação à Copa do Japão e Coréia – 11 atletas que irão à Alemanha disputaram o último Mundial, sem contar com Emerson, titular de Felipão até ser cortado por contusão às vésperas do torneio. É o maior número de remanescentes da Copa anterior desde 1962, quando 14 jogadores de 1958 ajudaram o Brasil a levantar o bicampeonato.
A renovação da lista ocorreu, principalmente, no banco de reservas. Dida, Kaká, Edmílson, Rogério Ceni são os únicos suplentes de Felipão que voltam à Copa pelas mãos de Parreira.
A maioria dos cortados mostrou-se conformada com a ausência. O atacante Edílson, aos 34 anos, diz que não pensa mais em seleção. ?Minha Copa é a Copa do Brasil?, falou o jogador, finalista da competição com o Vasco.
O lateral paranaense Belletti, suplantado por Cicinho como reserva de Cafu, voltou aos noticiários ao marcar o gol do título da Copa dos Campeões pelo Barcelona. Mas nem a condição de novo herói o fez descarregar mágoas. ?O gol não serviu para calar a boca do Parreira. Vou torcer muito pelo Brasil no Mundial?, comentou, logo após a decisão com o Arsenal.
Primeiro jogador de clube paranaense a disputar uma Copa, Kléberson, então no Atlético, virou titular durante o Mundial de 2002 e peça-chave na conquista do penta. Mas nestes quatro anos sofreu com contusões, queda de rendimento e acabou esquecido por Parreira. Mas ele garante não desanimar. ?Eu ainda me sinto parte da seleção. Não só porque tenho muitos amigos no grupo, mas também porque sei que tenho condições de voltar a jogar pelo Brasil. Em 2010, estarei com 30 anos, uma idade que o Cafu, por exemplo, já provou não ser nenhum problema para jogador dedicado?, disse o meia, em entrevista ao jornal O Globo.
O goleiro Marcos, outro destaque há quatro anos, disse ter ficado chateado com o corte, mas entendeu a posição de Parreira. ?Entre um goleiro parado e outro que está arrebentando no seu clube, a opção foi óbvia e justa?, disse o jogador do Palmeiras, referindo-se a Rogério Ceni, chamado pelo técnico.
O mais revoltado com o corte foi o zagueiro Roque Júnior. Titular durante toda a preparação, o jogador disse ter ficado ?triste e confuso?, e contestou os motivos alegados por Parreira para não chamá-lo. O técnico justificou que a parte médica foi um dos fatores determinantes na convocação. Roque, que perdeu o segundo turno do Campeonato Alemão por causa de uma lesão no tendão-de-aquiles, garante que a CBF sabia que estava recuperado desde a metade de abril.