Enquanto a coalizão anglo-americana continua os bombardeios contra alvos iraquianos numa guerra fria e sanguinária, movida exclusivamente pelo desejo de vingança e interesses capitalistas, o mundo pede paz. A cada novo dia de confrontos aumentam os manifestações contra a guerra no Oriente Médio.
Aqui no Paraná não foi diferente. Numa bela iniciativa do Departamento de Marketing do Paraná Clube, o clássico de ontem serviu também para expressar que a posição dos paranaenses é completamente contrária ao presidente norte-americano, George W. Bush. Aproximadamente 200 crianças e adolescentes – todos atletas do Tricolor nas mais diversas modalidades – entraram no gramado do Pinheirão com camisas brancas e faixas pedindo o fim do sangrento conflito entre Estados Unidos e Iraque. O manifesto também tinha o objetivo de promover a amizade entre os torcedores e mostrar que o futebol pode muito bem viver sem violência.
A atitude foi aprovada por todos no estádio. Para o padeiro Isaías da Silva, torcedor do Paraná Clube, não há nada melhor que poder ir nos estádios sem se preocupar com a violência. “Espero que seja sempre assim de agora em diante. As brigas não levam a nada”, disse. A mesma opinião é compartilhada pelo torcedor atleticano Renê Terezin. “Promover a paz é o mínimo que podemos fazer para melhorar, ainda mais num momento como esse”.
O tenente Cruz, da Polícia Militar, considerou a manifestação louvável, mas fez questão de lembrar que a violência deve ser sempre combatida. “A paz deve ser incentivada em todas as épocas, não só em tempos de guerra como hoje”.
A atitude tricolor parece ter dado certo. Após o clássico não foi registrado nenhum incidente nos arredores do estádio. Resta agora ao torcedor paranaense torcer e esperar para ver se a moda pega.