Brasil e Holanda poderiam fazer a final da Copa do Mundo, e não se encontrar para a disputa insossa do terceiro lugar em Brasília como se desenhou após as semifinais. Tanto poderiam que os treinadores dos dois lados já se mostravam preocupados ou atentos ao que o adversário estava fazendo.
Luiz Felipe Scolari contou com o trabalho dos “espiões” Alexandre Gallo e Roque Júnior para obter informações sobre os rivais. Contra a Alemanha, eles falaram que era preciso “povoar” o meio de campo, o que não aconteceu na prática, provocando o resultado do Mineirão. Louis van Gaal também mandou um de seus “espiões” para ver o Brasil jogar, conforme fotos comprovam.
Um auxiliar de Van Gaal esteve na partida da seleção contra a Colômbia nas quartas, naquela tarde em Fortaleza em que Neymar foi tirado da Copa. Misturava-se aos torcedores comuns trajando o uniforme de treino da Holanda. De caderninho nas mãos, o “espião” anotava toda a movimentação do Brasil em campo, sobretudo da parte ofensiva.
Um pontinho centralizado em suas anotações era Neymar, caracterizado pelas rápidas arrancadas em direção ao gol. O holandês tinha a missão de levar para Van Gaal toda a movimentação de ataque do time de Felipão. Em outra situação de jogo no Castelão, a seleção usava Oscar e Hulk correndo em diagonal, das beiradas do campo para o meio, juntando-se a Fred e Neymar.
Felipão e Van Gaal não são amigos. O treinador brasileiro criticou o holandês depois de saber que ele estava insinuando certo favorecimento da arbitragem aos donos da casa. O Brasil já convivia com a dúvida e desconfiança do pênalti marcado sobre Fred na abertura da Copa, em São Paulo, na partida diante da Croácia.
Felipão também era colocado conta a parede pelos jogadores e jornalistas chilenos para o jogo das oitavas. Diziam que o Brasil seria favorecido pelo juiz. Agora, os desafetos se encontram no Mané Garrincha.