Os “espiões” do técnico Luiz Felipe Scolari se reuniram com a comissão técnica da seleção brasileira, no domingo, na Granja Comary. Roque Júnior, zagueiro titular na campanha do penta em 2002, e Alexandre Gallo, coordenador das seleções de base da CBF, escalados para observar os adversários do Brasil, receberam as tarefas do chefe para a primeira e segunda fases da Copa do Mundo.
Gallo, que espionou os adversários da seleção na Copa das Confederações no ano passado e foi muito elogiado por Felipão, já fez algumas anotações estratégicas da Croácia nos amistosos de preparação ao Mundial. Ele já antecipou ao treinador as virtudes e defeitos da seleção croata.
A próxima missão de Gallo é observar os eventuais adversários do Brasil na segunda fase da Copa. Ele vai acompanhar os jogos do Grupo 2 e sua primeira missão será o jogo entre Espanha e Holanda, sexta-feira, em Salvador. Vai analisar também o confronto entre Espanha e Chile, dia18, no Rio.
Felipão confia de olhos fechados em Gallo. No ano passado enalteceu o trabalho que o “espião” fez ao detalhar os pontos fracos da Espanha. “Ele nos alertou que a saída de bola da Espanha passava pelo volante Busquets. Fizemos uma marcação forte em cima do Busquets e neutralizamos a saída da Espanha. Isso foi mérito do Gallo”, disse Felipão, na semana seguinte à conquista da Copa das Confederações.
Roque Júnior terá a missão de acompanhar os dois próximos adversários da seleção brasileira após a estreia contra a Croácia. O ex-zagueiro vai observar ao jogo México x Camarões, sexta-feira, em Natal; depois, vai ver Camarões x Croácia, dia 18, em Manaus.
Felipão convocou Roque Júnior a dividir a tarefa com Gallo porque tem confiança total na visão tática que o ex-zagueiro desenvolveu ao longo da carreira. Na campanha do penta no Mundial de 2002, Roque Júnior teve papel fundamental. Ele era quase um porta-voz do treinador dentro de campo. Era ainda um dos jogadores que técnico da seleção mais ouvia antes e depois dos jogos.
Na época, Roque Júnior gerava muita desconfiança na torcida e nos analistas. Motivo de crítica e chacotas dos programas humorísticos da TV, o zagueiro conquistou a confiança de Felipão, ganhou um lugar na zaga e se tornou peça importante na conquista do título.
Antes de se dedicar ao trabalho de “espionagem” da seleção brasileira, Roque Júnior trabalhava como gestor do Paraná, clube da Série B do Brasileirão. Ele se desligou do clube paranaense por não concordar com a política administrativa que seus dirigentes começaram a adotar logo após o Campeonato Paranaense.
PALESTRAS – Roque Júnior e Gallo devem conversar ainda nesta segunda-feira com os jogadores e comissão técnica da seleção. Eles não estavam escalados para atender à imprensa no domingo. Nesta segunda devem conceder entrevistas. Os dois acompanharam os treinamentos de domingo da seleção, antes de se reunirem com Felipão e assessores.
