Não adianta. Por mais que a pessoa se acostume a acompanhar o automobilismo, a Fórmula Truck é uma experiência completamente diferente.
O esporte ganhou um novo parâmetro – agora, os ?brutos? também correm. Quem começa no kart e tem como plano disputar categorias de primeira linha tem hoje a F-Truck como um caminho plausível e interessante.
Para um piloto da atual temporada, em especial, guiar um caminhão a 220 km/h completa um ciclo. Felipe Giaffone, que larga às 14h, no Autódromo Internacional de Curitiba, como líder do campeonato, estar na F-Truck faz da família dele a detentora de um inusitado recorde – os Giaffone têm experiências em todas as categorias do automobilismo brasileiro. ?Nós pilotamos de tudo um pouco?, resume Felipe.
Ele é um dos ?filhos? da dinastia Giaffone, que começou a aparecer nas pistas na década de 60. Seu pai, Zeca, e seu tio, Afonso, são precursores do automobilismo brasileiro, criando carros e pilotando-os. Do kart, passando pelos protótipos, campeonatos de marcas, os monopostos e a Stock Car, Zeca e Affonso são parte importante da história das corridas no País. Os irmãos montaram uma fábrica de carros de competição, e hoje são os responsáveis pela preparação da Stock Car.
Os seis filhos (quatro de Afonso e dois de Zeca) resolveram seguir por caminhos conhecidos – e outros nem tanto. ?Participamos de todas as competições, até de rali o Afonsinho correu?, conta Felipe, que até chegar a F-Truck percorreu um caminho habitual para os pilotos da década de 90 – kart, Fórmula Chevrolet, Indy Lights e Fórmula Indy.
Quando começou a perceber que teria dificuldades nos Estados Unidos, Felipe decidiu voltar ao Brasil. ?Não piloto só por dinheiro. Quero competir, quero uma equipe me apoiando, quero me divertir. Se for possível unir essas duas coisas, é ótimo?, reconhece. Foi quando teve a primeira experiência com os caminhões. Ano passado, resolveu voltar aos Estados Unidos, tentar mais uma vez. ?Mas eu vi que não ia chegar a lugar nenhum e voltei para a Fórmula Truck. Aí nem precisei me adaptar, já estava acostumado?, garante.
É verdade, tanto que ele domina a temporada – é líder com 96 pontos, onze a mais que o vice-líder Roberval Andrade. ?Aqui é ótimo de correr?, diz Felipe, que nem se surpreende quando um mecânico ?mergulha? no caminhão e praticamente desaparece para fazer acertos, ficando apenas com as pernas para fora. ?O ambiente é ótimo, nós temos bons pilotos e aqui a disputa é muito grande?, finaliza Giaffone.
Corrida
São três provas para o final da temporada (a de hoje em Curitiba, e depois em Campo Grande e Brasília). Para Roberval Andrade e o paranaense Wellington Cirino, chegou a hora de tirar a vantagem expressiva de Felipe Giaffone.