A Espanha definitivamente não tem boa relação com o Maracanã. Há um ano, a seleção campeã mundial perdeu para o Brasil por 3 a 0 na final da Copa das Confederações. Nesta quarta-feira, o time de Vicente Del Bosque foi eliminado precocemente da Copa do Mundo pelo Chile ao perder por 2 a 0, sofrendo o seu ‘Maracanazo’.
Com o resultado, o Chile garantiu a sua classificação antecipada e também a da Holanda, que havia vencido a Austrália por 3 a 2, pelo Grupo B. Os dois definem em duelo, na segunda-feira, no Itaquerão, o primeiro lugar da chave. A Holanda joga pelo empate.
A equipe de Del Bosque, que se juntou a Itália (1950), Brasil (1966), França (2002) e Itália (2010) ao sair na primeira fase, é a primeira campeã mundial na história a ser eliminada nos dois primeiros jogos da competição. Apenas a campeã mundial Itália, em 1950, também no Brasil, jogou sua última partida na fase de grupos já eliminada.
Na ocasião, os italianos perderam da Suécia na estreia e viram os suecos empatarem com o Paraguai na segunda rodada. Como era um grupo de apenas três equipes, quando a Itália, campeã mundial em 1934 e 1938, encarou o Paraguai no último duelo da chave, a equipe europeia já estava eliminada. Mas desde que a Copa começou com grupos de quatro times, a Espanha é a primeira a ser eliminada nas duas primeiras partidas.
O JOGO – Com a torcida chilena entoando o hino chileno a capela, a partida começou com os jogadores sul-americanos emocionados com a demonstração vinda das arquibancadas do Maracanã, como já tinha acontecido em Cuiabá, na estreia vitoriosa contra a Austrália. E o time correspondeu, com dois lances de perigo contra a Espanha. Em jogada rápida pela esquerda com Mena, Vargas demorou para concluir e Javi Martínez, que entrava no lugar de Piqué, tirou para escanteio. Na cobrança, Jara cabeceou e a bola passou raspando a trave de Casillas.
Apesar da pressão inicial, a Espanha conseguiu equilibrar o duelo e, aos 15, o time de Del Bosque quase abriu o marcador. Diego Costa recebeu na entrada da área, chutou cruzado e, na sobra, Iniesta tocou para Xabi Alonso, que carimbou o goleiro Bravo, saindo de forma arrojada. Na sobra, o juiz apitou impedimento do meia espanhol.
Mas aos 19, o Chile fez o Maracanã explodir com uma jogada bem trabalhada, desde a recuperação de bola com Alexis Sánchez até a conclusão final de Vargas. Sánchez ligou rápido o ataque com Aranguiz, que se livrou da marcação da zaga. O meia foi rápido demais e tocou entre as pernas de Sérgio Ramos para encontrar Vargas livre na área. O atacante driblou Casillas, o que está virando um hábito nesta Copa, e completou para o gol vazio.
A vantagem deixou a Espanha ainda mais pressionada, já que o resultado eliminava a atual campeã do mundo. Aos 26, a Espanha quase empatou em jogada rápida pelo lado esquerdo. Jordi Alba levantou na área e Diego Costa chutou na rede, mas pelo lado de fora.
O confronto ganhava ares de drama quando o time espanhol não conseguia imprimir um ritmo mais rápido à partida e via o Chile marcar bem todas as tentativas de ataque. E o sinal de que os chilenos dominavam a partida veio aos 43 minutos, quando em falta bem cobrada por Sánchez, Casillas rebateu errado para o meio da área. No rebote, Aranguiz de ‘bico’ ampliou para os chilenos. O ‘Maracanazo’ espanhol estava bem próximo.
Na volta do intervalo, a equipe chilena manteve a mesma intensidade na marcação e na saída de bola, o que faltava aos espanhóis, que vieram para a etapa complementar com Koke, do Atlético de Madrid, no lugar de um apagado Xabi Alonso.
Na primeira oportunidade do segundo tempo, Diego Costa recebeu passe perfeito de Iniesta, mas não conseguiu concluir antes da chegada vital de Isla. Aos 10, numa jogada ‘surreal’, Busquets perdeu o gol mais feito da partida. Em sobra de cobrança de falta de Sérgio Ramos, Diego Costa conseguiu uma bicicleta para dentro da pequena área. Com Bravo fora da jogada, Busquets foi com o pé mole e mandou para fora, com o go,l aberto à sua frente.
Aos 17, a torcida chilena, presente am grande número no Maracanã, chegou a cantar ‘olé’ no toque de bola da equipe sul-americana, que fazia a Espanha provar de seu próprio veneno. Logo depois, aos 23, Isla quase marcou o terceiro ao completar para fora cruzamento de Mena.
Aos 34, a Espanha ainda tentava marcar com Cazorla, que chutou firme para boa defesa de Bravo. Em outra participação espetacular do goleiro chileno, aos 38, a Espanha quase marca com Iniesta, que chutou bem para excelente defesa de Bravo.
Com uma grande atuação de Bravo, o Chile soube controlar a bola e mandou a atual campeã do mundo para casa mais cedo. Agora, o Chile encara a Holanda brigando pela liderança no Itaquerão, segunda-feira, às 13 horas, e a Espanha cumpre tabela contra a Austrália, também na segunda, no mesmo horário, na Arena da Baixada, em Curitiba.
FICHA TÉCNICA
ESPANHA 0 x 2 CHILE
ESPANHA – Casillas; Azpilicueta, Javi Martínez, Sérgio Ramos e Jordi Alba; Busquets, Xabi Alonso (Koke) e Iniesta; Pedro (Cazorla), Diego Costa (Fernando Torres) e Davi Silva. Técnico: Vicente Del Bosque.
CHILE – Bravo; Jara, Medel e Francisco Silva; Isla, Vidal (Carmona), Díaz, Mena e Aranguiz (Gutiérrez); Vargas (Valdivia) e Sánchez. Técnico: Jorge Sampaoli.
GOLS – Vargas, aos 19, e Aranguiz, aos 43 minutos do primeiro tempo.
CARTÕES AMARELOS – Xabi Alonso (Espanha); Vidal e Mena (Chile).
ÁRBITRO – Mark Geiger (Fifa/Estados Unidos).
RENDA – Não disponível.
PÚBLICO – 74.101 pessoas.
LOCAL – Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ).