O que não faz a uma nação um piloto campeão… Ou bicampeão, para ser mais preciso. A ?Alonsomania?, que eclodiu na Espanha depois que o jovem asturiano venceu sua primeira corrida, em 2003, rendeu seu primeiro grande fruto. O país, que até outro dia nem tinha as corridas de F1 transmitidas ao vivo pela TV, ganhou um segundo GP no calendário. A partir do ano que vem, a cidade de Valência será sede de uma etapa do Mundial.
A segunda prova espanhola será realizada num circuito de rua que será montado em torno do complexo da Ciudad de las Artes y las Ciencias. Provavelmente, a prova será batizada como GP da Europa, ou do Mediterrâneo.
O contrato foi anunciado ontem e tem validade de sete anos, de 2008 a 2014. Só não foi assinado ainda porque Bernie Ecclestone, o dono do galinheiro da F1, espera as eleições para a presidência da Generalitat Valenciana, região autônoma do país, no próximo dia 27. Se o atual presidente Francisco Camps, do Partido Popular (centro-direita), for reeleito, o contrato será assinado imediatamente. Nem é preciso dizer que a perspectiva da corrida serviu como ótima ferramenta de propaganda política.
Camps é o franco favorito à reeleição, de qualquer forma, e portanto já se pode dar como certa a segunda etapa do Mundial na Espanha e a segunda corrida de rua do calendário, ao lado de Mônaco. A cidade de Valência vai pagar à FOM, a empresa que administra a F1, US$ 32,5 milhões por etapa pelo direito de receber os carros da categoria em suas ruas. A Espanha passará a ser o único país do mundo a contar com duas corridas.
Fernando Alonso, responsável pela explosão de popularidade da F1 na Espanha ? para a corrida de domingo, os 141 mil ingressos já foram vendidos ?, achou bacana a idéia, mas não deixou de resmungar que a prova poderia acontecer no autódromo Ricardo Tormo, que fica a 30 km do local escolhido para o novo GP. ?É mais seguro?, falou, sem nem ver o projeto da pista urbana.
O piloto da McLaren abre hoje, ao lado de seus 21 velozes colegas, os treinos para o GP da Espanha em Barcelona, a partir das 5h de Brasília. É a quarta etapa do campeonato, primeira na Europa.
O dia, apesar das três horas previstas para os treinos, não deve ser dos mais agitados na pista por conta dos exaustivos testes que todas as equipes fizeram no mesmo circuito na semana passada. Fora, porém, vai ser um burburinho só. Afinal, Michael Schumacher voltará a um autódromo pela primeira vez desde a aposentadoria, no ano passado em Interlagos.
