A esgrimista Élora Ugo Pattaro decidiu abandonar a equipe brasileira que se prepara para os Jogos Olímpicos do Rio, no ano que vem. Segunda esgrimista do ranking nacional de sabre, Élora alega que não recebe apoio da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE) para competir, não tem patrocínio e critica casos de corrupção no esporte.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, a esgrimista de 29 anos diz que faz parte de um grupo de atletas que pediu satisfações à CBE sobre o investimento de recursos públicos. Mas ficou sem receber as respostas esperadas e, em represália, teria sido punida com o corte de recursos.
“Eu estou – ou pelo menos eu estava – na equipe de esgrima que está se preparando para a Olimpíada do Rio, em 2016. Eu não estou mais, eu estou saindo da equipe porque cheguei em um ponto em que me vi completamente sem ajuda, sem patrocínio, e a confederação cortou minhas competições”, afirmou.
“Apesar de eu não ser um atleta top, que iria ganhar uma medalha, ainda assim eu sei que a energia que eu coloco nisso alimenta tudo isso. Eu não quero representar o meu País dessa forma, amo meu País, mas eu tenho vergonha de competir pelo Brasil”, declarou, em tom de desabafo.
As críticas públicas à administração da CBE surge justamente em um momento que aparecem denúncias contra a entidade. Recentemente, o Ministério do Esporte teria cobrado da confederação a devolução de R$ 825 mil por não colocar em execução um projeto de treinamento para atletas olímpicos. O valor equivale a 75% de um convênio assinado com a ministério em 2013.
Élora foi a primeira atleta do País a conquistar uma medalha em Mundiais de esgrima – foi prata no Mundial Cadete de 2003. Um ano depois, ela disputou a Olimpíada de Atenas, e chegou a desistir da vida esportiva. De volta à ativa em 2013, ela criou uma “vaquinha” virtual para conseguir dinheiro para treinar nos Estados Unidos. Sua meta era de R$ 5 mil, mas arrecadou R$ 8.824,00.