Erros da arbitragem preocupam o Tricolor

Em apenas 18 minutos – da marcação do pênalti ao apito final – o árbitro gaúcho Leonardo Gaciba da Silva tirou do Paraná Clube a liderança do Brasileirão e a invencibilidade na competição.

Num jogo marcado pelo equilíbrio, o ?apito? fez a diferença e o Tricolor amargou seu primeiro revés sob o comando do técnico Pintado. Justamente num momento em que o treinador projetava a afirmação de sua equipe na ponta da tabela. Agora, o desafio será buscar recuperação fora de casa.

E serão dois jogos seguidos longe de sua torcida, contra Náutico e Corinthians. O Paraná só volta à Vila Capanema no dia 24 de junho, quando receberá o Sport. A atuação de Gaciba – que a poucos metros do lance marcou pênalti inexistente de Marcos Leandro sobre Aloísio – e do assistente José Javel Silveira fez os paranistas recordarem antigos pesadelos. No ano passado, o tricolor fez a melhor campanha de sua história em um Brasileiro (terminando na quinta colocação, com 60 pontos) e poderia ter ido além não fossem os muitos erros capitais da arbitragem.

As ?coincidências? foram tantas que a diretoria atendeu ao pedido do então técnico Caio Júnior e elaborou um DVD expondo o ?jogo dos dez erros?. Naquele momento, o clube se via ameaçado na briga por uma vaga à Libertadores da América. Uma classificação histórica que por pouco escapou do tricolor na última rodada, onde disputava palmo a palmo com o Vasco essa condição. ?Vivemos um drama por conta dos erros da arbitragem. Espero que isso não se repita?, disse o vice de futebol José Domingos. O Paraná, dessa vez, não irá esperar tanto tempo.

Diante da repercussão nacional dos erros de Gaciba e Cia., o clube já prepara uma reclamação formal a ser encaminhada à Comissão Nacional de Arbitragem. ?Erros ocorrem. Mas, desta vez, sentimos uma grande má vontade da arbitragem. Talvez por conta da situação do São Paulo?, alfinetou José Domingos. Pintado, mesmo tentando não se aprofundar no tema, não deixou de imputar ao apito a primeira derrota do Paraná neste brasileiro. ?Não precisei da tevê para ver que não foi pênalti. E o Gaciba tinha uma visão total da jogada?, protestou o treinador.

?Tradição gaúcha? em falta de confiança

A arbitragem gaúcha goza de grande prestígio junto à CBF. Carlos Eugênio Simon é há tempos o maior exponencial do apito brasileiro e mais uma vez será o representante do País na Copa América da Venezuela. Curiosamente, o Paraná Clube segue tendo ?problemas? com árbitros do Rio Grande do Sul. Uma situação até histórica, do início dos anos 90, quando o tricolor ainda buscava seu espaço no cenário nacional.

Na disputa da Segundona e depois nos seus primeiros passos na elite nacional, o Paraná sempre esbarrou em árbitros gaúchos, de Alexandre Lourenço Barreto, passando por Fabiano Gonçalves até chegar a Simon. O consagrado árbitro ainda é lembrado pela torcida tricolor pelos erros comedidos nas quartas-de-final da Copa João Havelange (em 2000).

Com erros absurdos – não marcou impedimento e no mesmo lance deu um pênalti inexistente sobre Romário – o árbitro foi o responsável direto pela eliminação do tricolor do torneio. Desde então, torcida e dirigentes sempre ?torceram o nariz? ao ver a indicação de Carlos Eugênio para dirigir jogos do Paraná. ?Herança? ou apenas uma triste coincidência, o fato é que o nome de Gaciba já não goza do mesmo prestígio, da mesma confiança, nos bastidores da Vila Capanema.

Pintado analisa o próximo rival

A segunda-feira foi de folga para o elenco paranista, mas não para a comissão técnica. Pintado, mesmo em São Paulo, aproveitou para observar o seu próximo adversário, o Náutico, que ontem enfrentou o Internacional, em Porto Alegre. A partir dessa análise, o treinador começa a trabalhar hoje a equipe que joga em Recife no próximo sábado, às 18h10, nos Aflitos.

O treinador não antecipou se irá manter o 3-5-2 ou se poderá partir para uma formação mais criativa, utilizando Vandinho e Éverton. O desafio de Pintado é encontrar um meio-termo, já que defensivamente a equipe teve um comportamento ?excelente? – na avaliação do técnico – frente ao São Paulo. ?Não tivemos deslizes, corrigindo aquilo que tínhamos feito de errado contra o Cruzeiro?, lembrou Daniel Marques.

Um quadro que pode determinar a manutenção de Neguete no time, mesmo estando Toninho à disposição de Pintado. Ele só não jogou domingo porque estava suspenso. Já Flávio segue em tratamento. Os médicos irão reavaliá-lo, mas a tendência é que o Pantera só seja liberado para a partida frente ao Corinthians.

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