Em busca de fugir dos efeitos da crise financeira mundial, as equipes da Fórmula 1 anunciaram nesta quinta-feira uma série de propostas de mudanças técnicas que devem ser adotadas pela categoria nos próximos anos, a fim de reduzir os gastos das escuderias.
O principal foco de discussões da Fota – a associação das equipes – diz respeito à disponibilidade de componentes a preços acessíveis. A padronização de componentes como o Kers (sistema de armazenamento de energia cinética) também está entre as sugestões.
Ao propor medidas como estas, as escuderias – sobretudo as ligadas às montadoras – aceitam abrir mão de ter características exclusivas em seus carros, em nome da saúde financeira da categoria, e de um grid cheio pelos próximos anos.
Entre as medidas propostas para 2010, destacam-se a obrigatoriedade às equipes de disponibilizarem motores ao preço de 5 milhões de euros (cerca de R$ 15 milhões) e sistemas de câmbio a 1,5 milhão de euros (R$ 4,5 milhões) por temporada. Assim, escuderias como Ferrari, McLaren e Renault ajudarão na sobrevivência de times menores, que comprarão os motores prontos em vez de gastarem com desenvolvimento.
Outras medidas, também para 2010, são a padronização do Kers, dos sistemas de rádio e telemetria. O desenvolvimento aerodinâmico também será limitado, bem como a utilização de materiais exóticos e de determinadas ligas de metal. O número de chassis e carenagem utilizados durante a temporada é outro ponto a ser discutido, e deve sofrer limitações.
O documento com as propostas da Fota foi assinado por representantes das dez equipes do Mundial, e será avaliado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) nos próximos dias. “É um momento histórico e sem precedentes para a Fórmula 1. Graças à união de todas as equipes, já conseguimos reduzir os custos para 2009”, disse Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari e líder da associação das equipes.
Para a temporada que começa no dia 29 de março, na Austrália, uma série de mudanças já está programada – os testes foram limitados, bem como a utilização de túneis de vento. O número de motores utilizados também caiu, para oito por carro durante todo o Mundial.