A única câmera ligada ontem, na Vila Capanema, era a do auxiliar-técnico André Chita. A comissão técnica do Paraná Clube não recorreu a um treino secreto, mas pediu aos cinegrafistas e repórteres-fotográficos que não utilizassem seus equipamentos. Tudo para que Paulo Comelli pudesse trabalhar jogadas ensaiadas que pretende já ver aplicadas na largada do Paranaense, sábado, às 16h, no Janguitão, frente ao J. Malucelli.
Para que a atividade fosse melhor visualizada, os jogadores trocaram o uniforme de treino por camisas oficiais. A equipe principal, com o uniforme 1, foi a mesma utilizada nos treinos da semana passada. Ao que tudo indica, Comelli -pouco afeito a mudanças drásticas – já tem o time pronto para o início da competição. Com o atacante Wando aprimorando a condição física, a tendência é que a dupla ofensiva do Tricolor seja formada por Abuda e Wellington Silva.
Comelli, neste treino específico, procurou explorar o bom porte físico de seu time, que tem uma média de altura de 1,83m. Mas, além das jogadas aéreas, o “novo” Paraná também ganhou poder de fogo a média distância. Os meias Gedeon e Lenílson sempre arriscam arremates de fora da área, uma característica que combinada à presença de área de Abuda, e Wellington pode tornar o “novo” Paraná muito mais incisivo que a sua versão anterior.
Além dos atacantes citados, os novatos Peterson e Osmar -que assinou contrato de dois anos com o Tricolor – correm por fora nesta disputa. “A briga é boa e estou pronto. Se vou jogar ou ficar no banco, a opção é do Comelli”, disse Wando. A comissão técnica vem agindo com cautela com o atacante, buscando assegurar um lastro físico ao jogador, que no ano passado conviveu com algumas lesões “mal curadas”, no Vila Nova (GO). “Por duas vezes, voltei antes do tempo e isso foi muito prejudicial para a minha imagem”, admitiu Wando.
Documentação
A expectativa maior da comissão técnica fica por conta da regularização da documentação do meia Lenílson. O jogador – que vem treinando como titular absoluto da posição – depende de uma carta do Jaguares, do México, autorizando a rescisão de seu contrato com o Atlético Mineiro e o seu registro no Paraná. “Esse documento tem que vir através da federação mexicana. Estamos numa marcação cerrada, mas não posso assegurar que tudo esteja pronto até sexta”, comentou o supervisor Rafael Zucon.
Se Lenílson não puder atuar, Comelli perderia uma peça-chave para o jogo de sábado. Até porque no atual elenco não dispõe de um jogador com as mesmas características. O garoto Éverton – um dos destaques do jogo-treino frente ao Iguaçu, na última sexta-feira – seria uma opção. A outra, seria a entrada de um volante (no caso, Agenor) com o consequente avanço de Kléber para o setor de armação. Comelli espera uma posição concreta até o coletivo de amanhã, quando pretende definir o time para encarar o J. Malucelli.