O olhar do nosso time

Equipe Tribuna 98 dá sua opinião sobre a nova Arena

Demorou, mas finalmente o torcedor do Atlético pôde voltar ao remodelado e ampliado caldeirão. Foi uma noite especial, recheada de emoções tanto dentro, quanto fora dos gramados, que marcou o reencontro da nação atleticana com a Arena da Baixada. A Tribuna 98 esteve presente no Joaquim Américo para acompanhar todos os detalhes do entorno do estádio, das arquibancadas tomadas quase que completamente pela torcida do Furacão e do duelo entre Atlético e Corinthians. A partida, por alguns momentos, se tornou fato secundário diante da importância da volta do torcedor à sua casa.

Depois do empate sem gols no primeiro jogo-teste contra o J. Malucelli, realizado no final de março, coube ao atacante Marcelo, destaque do time atleticano e revelado nas categorias de base do clube, marcar o primeiro gol da nova Arena da Baixada. O nome do camisa 7 rubro-negro ficará, agora, marcado para sempre na história do Furacão. Mais do que as grandes atuações na Série B de 2012, quando o Atlético voltou à primeira divisão, e na última temporada, quando conseguiu uma vaga na Libertadores da América e o vice-campeonato da Copa do Brasil, o jogador será sempre lembrado pelos torcedores atleticanos.

Com o segundo jogo-teste da Arena da Baixada realizado, a expectativa agora é para que o estádio receba, na semana que vem, o último evento antes da Copa do Mundo, para a capacidade total do novo caldeirão, de 43 mil pessoas. Se por parte dos organizadores da Copa do Mundo em Curitiba e do Comitê Organizador Local (COL) nem tudo que será usado no Mundial foi testado, para o grande público presente no estádio, o novo caldeirão está mais do que aprovado.

Abaixo, portanto, os depoimentos dos profissionais Tribuna 98 que foram trabalhar no evento-teste de ontem. Alguns ficaram mais perto dos torcedores, outros estavam envolvidos com a transmissão da 98FM. Cada um, com total liberdade, depois de produzir as matérias que você está lendo, deu a sua visão da nova Arena e do que deu certo e do que não deu na noite da reabertura da Arena da Baixada.

Luiz Ferraz

Se passaram 45 dias desde o primeiro jogo-teste realizado na Arena da Baixada. A evolução no estádio atleticano, pelo menos na parte interior do estádio, pôde ser vista claramente. No apito inicial do árbitro, ao ver as arquibancadas tomadas por torcedores atleticanos e corintianos, foi impossível não pensar nos jogos que Curitiba vai receber na Copa do Mundo, que começa no mês que vem. Se teremos outro evento-teste ou não, agora a expectativa e a ansiedade já é grande para os jogos da Copa do Mundo, que voltam a acontecer em Curitiba depois de 64 anos.

Confortável e bonito, tenho certeza que o torcedor atleticano, ao pisar novamente no Joaquim Américo, palco de grandes jogos e de memoráveis conquistas, pensou que valeu a pena esperar esses poucos mais de dois anos para retornar a sua verdadeira casa. Aliás, nada mais justo e a volta à Arena da Baixada é uma conquista dos torcedores rubro-negros, que acompanharam o time atleticano em todo este tempo por onde a equipe andou e merecem a volta ao caldeirão, remodelado, mais amplo e mais confortável.

Cada vez mais perto de ser concluído, se não houver um novo jogo-teste na semana que vem, o reencontro da torcida rubro-negra com a Arena da Baixada acontecerá somente em setembro, após o Mundial e depois que o clube cumprir a pena imposta pelo STJD. Com este gosto de quero mais da torcida atleticana no seu reencontro oficial com o caldeirão, fica também o sentimento de que todo esforço feito para trazer os jogos do Mundial para Curitiba valeu a pena e que, sobretudo, o Mundial na nossa capital tem tudo para ser um sucesso.

Roberson Jannuzzi

A beleza de um estádio feito para a Copa do Mundo sem dúvida é o ponto alto a ser destacado na nova Arena da Baixada. Modernidade e sofisticação que não se encontra em nenhum outro estádio deste estado, porém que ainda se misturam a problemas de acabamento que ainda estã,o muito visíveis.

O que vi, circulando por praticamente todos os setores do estádio e em seu entorno, foi além do impacto causado pela grandiosidade da obra. No entorno, muitos detalhes precisam ser arrumados para entregar o estádio a Fifa. As calçadas da rua Brasílio Itiberê estão por terminar, o acesso dos ônibus que ontem levaram os times, foi em meio a lama de um  canteiro de obras, sem parte do calçamento o torcedor também teve que botar o pé nesta  lama para chegar ao estádio por este setor. Se não era por ali a outra alternativa era a entrada pela rua Getúlio Vargas, esta bem mais acabada e organizada porém que não comportou a demanda de um público menor do que deve ser durante os jogos da Copa do Mundo.

Já dentro do estádio caminhando pelos mesmos lugares onde os torcedores ficam, encontrei muitos banheiros sem água nas torneiras. Os fumantes que tinham dificuldades para achar um lugar específico e, pelo menos ontem, as lanchonetes não comportaram a demanda e receberam muitas filas. Vi um grande número de funcionários e voluntários da FIFA que se desdobraram para superar todos os problemas para atender bem o público, que muito encantado com a beleza do estádio, pouco notou todos estes problemas que ainda precisam ser resolvidos, principalmente para que possa em definitivo, receber a chancela de estádio de primeiro mundo.

Eduardo Luiz K.

É impossível qualquer amante do futebol não se impressionar com a nova Arena da Baixada. Seja Rubro-Negro, Alviverde, Tricolor ou qualquer combinação existente na extensa paleta de cores do mais querido dos esportes. Eu já pude visitar alguns dos estádios que receberão jogos da Copa do Mundo, como o Castelão, o Mané Garrincha e o Beira Rio (não visitei outros porque ano passado cobri o Paraná Clube, que infelizmente ainda disputa a Série B).

Fiquei maravilhado em outras praças. Meu incômodo com verbas públicas, entornos mal acabados, pobreza maquiada e outros problemas, ficou do portão para fora. Dentro das praças esportivas, contemplei o que o dinheiro e a boa vontade podem construir. Nosso futebol, o brasileiro, certamente tem a rara oportunidade de dar um salto. Basta aproveitar a chance.

Se fiquei espantando com a grandiosidade de outros estádios, fiquei seduzido pela Arena da Baixada. Já havia visitado o local no primeiro jogo teste. Gramado perfeito, formato original preservado, teto cobrindo e protegendo todos os assentos da chuva (mesmo sem o retrátil). A proximidade do torcedor do campo de jogo e o formato peculiar do estádio são os trunfos de Curitiba e do Atlético.

A estrutura oferecida para o nosso trabalho – um dos itens a serem avaliados pela Fifa – foi precária. Só transmitimos o jogo pela Rádio 98FM graças ao nosso próprio esforço e a tecnologia. Mas fizemos nosso trabalho com brilho e competência. Brilho, aliás, comparável ao proporcionado pelos 308 refletores da majestosa Arena.

Cristian Toledo

Chegar ao Joaquim Américo e ver a imponência dessa “nova geração” da Arena é surpreendente. O estádio ficou muito bonito, os torcedores não precisam se preocupar com a chuva (e como choveu ontem), a iluminação é perfeita, o torcedor fica perto, a acústica é incrível. Nesse aspecto, a Baixada está aprovada. É uma praça esportiva de primeiríssimo nível, que dará ao Atlético a chance de subir de patamar – como o Paraná Online apontou há dois meses. Mas para a Copa do Mundo ainda há o que fazer. E isso também surpreendeu, porque há setores ainda “crus”.

A internet é um gargalo preocupante. O tempo é curto, mas é possível (e provável) que no dia 16 de junho o estádio esteja nos trinques. Não vejo risco de Curitiba fazer feio. Mas, de qualquer forma, está dado o sinal de alerta. E por mais que o olhar da noite pairasse mais sobre a Arena e os testes que foram feitos, o alerta também está no futebol do Atlético. Não se pode achar que todas as decisões solitárias são corretas, e que enfraquecer o time por conta de birra ou por falta de acerto contratual é uma medida que não pode ser contestada. Ainda é possível corrigir a rota, mas – repito – est&aacut,e; dado o sinal de alerta.

Gustavo Marques

Por ter conhecido grandes parte dos estádios que serão utilizados por seleções para Copa do Mundo no Brasil, tive a oportunidade de vivenciar em alguns momentos nos últimos dois anos, a alteração de grandes campos de futebol.  E olha que no início, sempre fui muito radical neste ponto de vista devido a retirada de tradicionais setores como a popular no Beira-Rio, da geral do Maracanã e pontos que favorecem os mais “figuras” dos times brasileiros.

No entanto, o futebol moderno chegou e temos que pensar no espetáculo e no entretenimento para as pessoas que procuram o futebol ao vivo e deixa o sofá de casa vazio. E na nossa Curitiba, a impressão do Estádio da Arena da Baixada foi bem positiva. Chamou  atenção a proximidade do torcedor com os jogadores e com certeza, os atletas sentem a energia das arquibancadas e todos ganham  com isto, pois atleta “chinelinho”, ali não terá vez. Juntou a paixão com a comodidade. Resultado: o torcedor ganha com o estádio novinho em folha e pronto para receber a paixão, os gols e os craques mundiais.

É claro que algumas coisas ainda não estão em ordem e com o tempo, as melhorias estarão por vir. O acesso ao estádio, as obras inacabadas ,a qualificação do setor telefônico e internet são quesitos importantes para o bem estar da população. A poucos dias dos quatro jogos na capital paranaense, o palco está quase pronto e agora ficamos na espera dos artistas.

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