O que era esperado, foi confirmado. Ontem, Dunga foi apresentado oficialmente como o novo técnico da seleção brasileira. Ex-comandante do Brasil, entre 2006 e 2010, o treinador volta com a missão de reestruturar a seleção após o fiasco no mundial. Mas como Dunga fará essa reestruturação?
De acordo com ele mesmo, o principal objetivo é recuperar a característica do futebol brasileiro, já pensando na Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Até por isso, muitos jovens jogadores devem ser convocados. No entanto, a tão esperada revolução, com um trabalho a longo prazo, não deve ser colocada em prática. “Na minha primeira passagem foi feito um pedido pra resgatar o valor da camisa da seleção e obter resultados. Agora a tendência é prepararmos uma seleção para a Copa de 2018. Dentro de um planejamento temos que buscar um futebol com características do futebol brasileiro, trazer jogadores que possam realizar esse trabalho, pensando no que eles podem fazer a curto e médio prazo”, explicou o técnico.
Para um primeiro momento, dificilmente será visto em prática uma seleção jogando de forma ofensiva, partindo para cima dos adversários. Não é o estilo Dunga de se jogar. “O futebol mudou. É muito legal falar de futebol arte, mas um goleiro fazer uma defesa e o zagueiro roubar uma bola também é arte. Não podemos comparar o futebol de lá atrás com agora. Temos jogadores com grande talento, mas temos que aliar o comprometimento, o trabalho, a humildade e o equilíbrio emocional. Todo treinador começa organizando a parte defensiva”, reforçou ele.
Estilo dunga
Na sua primeira passagem pela seleção, o contra-ataque era a arma brasileira. O negócio era esperar o adversário vir para cima e, em um vacilo, roubar a bola e aproveitar os espaços. A defesa era compactada, com dois volantes (Gilberto Silva e Felipe Melo), um terceiro volante um pouco mais à frente (Elano), um armador (Kaká), um atacante de velocidade e mais solto (Robinho), com outro atacante mais à frente, mas que também saía da área para procurar jogo (Luis Fabiano). Dois anos e meio depois, a fórmula foi semelhante no Internacional, com um 4-2-3-1 um pouco mais ofensivo, com até três atacantes, mas todos com a responsabilidade de marcar O que mostra que ele não se reciclou neste período em que ficou parado, apesar de garantir que estudou bastante. “Assisti muitos jogos, fiz muitas viagens e conversei com pessoas que trabalham no futebol e tem uma outra visão, dentro e fora do país. Na Copa do Mundo eu fazia reunições com o (Arrigo) Sacchi, (Ruud) Gullit, (Arsene) Wenger, para conversar sobre novidades e tudo mais”, afirmou.