Equipe médica garante Kaká e Luís Fabiano

Sem jogadores e sem Dunga, o primeiro encontro da Seleção Brasileira com a imprensa teve como protagonistas o médico José Luiz Runco e o preparador físico Paulo Paixão.

E como era de se esperar, o tema principal da entrevista coletiva foi a condição dos dois principais jogadores do sistema ofensivo. Kaká e Luís Fabiano não devem participar dos treinos físicos marcados para domingo e segunda, mas médico e fisicultor garantiram que eles não são problemas para a Copa do Mundo.

Do início ao fim da entrevista, Runco e Paixão tiveram que explicar (e repetir, às vezes) os prognósticos otimistas sobre a recuperação dos jogadores. “O Luís está muito bem, ele está fazendo o trabalho de recuperação com o (fisiologista Luiz) Rosan. E está junto com o Kaká, que não tem nenhum problema que nos preocupe. Não há nenhuma lesão pubiana. Há, sim, um edema na coxa esquerda, que já está sendo tratado, e na semana que vem ele vai treinar normalmente”, avisou o médico da Seleção.

Apesar da importância do Fabuloso, Kaká tomou mais tempo das perguntas e das respostas. “Está tudo muito bem, dentro da nossa programação. Nós temos toda confiança que o Kaká estará pronto para jogar a Copa”, ressaltou Paulo Paixão.

O risco de corte foi totalmente descartado por Runco. “Não há por que ficar especulando o corte. Vamos torcer para que mudemos essa regra de sempre acontecer uma troca de jogador”, disse o médico, citando a “tradição’ de jogadores cortados nas últimas Copas – de 1974 até 2006, apenas em 1990 não houve problemas clínicos.

Outra preocupação da torcida, a de que os dois avantes não estejam fisicamente inteiros para começar a Copa, não é compartilhada pela equipe técnica da seleção.

“Eles não estarão iguais aos outros, mas isto não é problema. Cada atleta tem o seu limiar de preparação, e nossa preocupação é acertar isto para a Copa do Mundo. E nossa intenção é que o ápice físico do time venha após a terceira partida”, disse Paulo Paixão.

Dunga só deve liberar bola na terça

Allan Costa Pinto
Solitário, menino aguarda a Seleção, que só vai a campo na terça.

Ontem, como a Seleção Brasileira chegou aos poucos -foi mais um dia de adaptação e dos primeiros exames médicos. Se Nilmar chegou cedo, por volta das 7h30, Kleberson foi o último a chegar, já à tarde.

 Hoje e amanhã, todos eles (à exceção de Júlio César, Lúcio e Maicon, que jogam a final da Liga dos Campeões pela Inter de Milão, e devem aportar em Curitiba na segunda-feira) passam pelos testes clínicos e físicos, para a partir de domingo começarem os treinos em campo.

A expectativa de todos para algum treino com bola ficou para terça-feira. “Vai depender do resultado que tivermos dos testes físicos e da conversa que vamos ter com o Dunga. E também do rendimento dos atletas nestes dois dias em que vamos trabalhar em dois períodos, de manhã e de tarde”, comentou o preparador físico Paulo Paixão.

O médico José Luiz Runco aproveitou a entrevista coletiva para mais uma vez falar da escolha do CT do Caju como o local do início da preparação brasileira para a Copa do Mundo.

“Nós estudamos alguns locais, e aqui nós percebemos que ter&iacute,;amos todas as condições para fazer um bom trabalho, tendo a avaliação, os testes, a boa alimentação e o descanso em um único lugar. Enfim, para fazermos um período de real concentração”, explicou.

Mandinga ganhou espaço da Seleção enclausurada

Allan Costa Pinto
“Trabalho” para o Brasil trazer o hexa da África atraiu as tevês, mas desagradou os vizinhos do CT do Caju.

Desde ontem cedo a Seleção Brasileira respira o ar frio de Curitiba, bem como queria o técnico Dunga. Depois de um desembarque que frustrou a torcida que compareceu no Aeroporto Afonso Pena, o elenco, a comissão técnica e o staff da CBF se enclausurou no CT do Caju, de onde só sairá na quarta-feira. Após a chegada de todos, os exames médicos e físicos tomaram a tarde do escrete.

Porém, se dentro do centro de treinamento do Atlético reinava a calma, no entorno um exército de carros de emissoras de TV fez a festa dos torcedores que não perdiam a chance para aparecer.

Um deles, o tarólogo Luiz Antônio, empolgado, realizou um “trabalho” a favor da Seleção, que culminou numa explosão de fumaça verde e amarela -para alegria dos fotógrafos e cinegrafistas. “Como é que o cara faz isso na frente da minha casa”, reclamou o torneiro mecânico Antônio Soares dos Santos, vizinho ao Caju.

A movimentação continuou mesmo com a chuva e com a confusão dos jornalistas, à espera da prometida entrevista coletiva. Sem Dunga, que demorou a chegar por problemas no aeroporto de Porto Alegre, a entrevista marcada para as 13h foi postergada até a presença do técnico no CT – ele chegou por volta das 14h30.

Aí surgiu o assessor de imprensa Rodrigo Paiva, e pouco depois a confirmação: às 15h falariam com os repórteres o preparador físico Paulo Paixão, o médico José Luiz Runco e o fisiologista Luiz Rosan (que acabou não aparecendo). Alguns jornalistas chiaram com a informação.

Quando a coletiva começou, alguns torcedores ainda aguardavam fora do CT, mesmo com chuva – tanto na entrada da imprensa, quanto no portão principal. Eles tentavam alguma foto, algum autógrafo, algo que justificasse a espera de até seis horas pela Seleção Brasileira.

Todos ficaram de mãos abanando, pois foi cumprida à regra a premissa básica da presença do time de Dunga em Curitiba: reclusão total para manter o grupo focado na busca do hexa.

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