No meio da quadra, onde minutos depois as equipes profissionais do Brasil Telecom/Brusque e do Rexona/Ades fariam um amistoso (vencido pelo Rexona, dois sets a um), muitas crianças se divertiam. Muitas mesmo – quase mil naquele retângulo de 18m por 9m (exatos 162 metros quadrados). Eram as representantes do Programa Rexona/Ades, que completou dez anos no Paraná com uma festa que teve como protagonistas não os atletas, mas as crianças, grande trunfo para uma possível volta do time de competição para Curitiba, volta que parece ser bem lenta, segura e gradual.
No momento, esse retorno não passa pela cabeça dos responsáveis pelo projeto. ?O que eu sei é que nós vamos fazer alguns jogos em Curitiba, para agradecer tudo que foi feito aqui pela gente?, conta Hélio Griner, auxiliar técnico de Bernardinho e responsável pela equipe enquanto o comandante está com a seleção brasileira de vôlei masculino, que começa hoje a disputa da Copa do Mundo.
A gerente de marketing da Unilever (dona da marca Rexona), principal patrocinador do projeto, é mais direta. ?No momento, o projeto de competição está no Rio de Janeiro?, afirma Roberta Sant?Anna, que admite que são razões mercadológicas que encaminharam a decisão. ?Mas também vimos que o vôlei no Paraná é tão forte, que decidimos levar um pouco dessa força para o Rio?, completa.
Só que as reações deles ao ver aquelas crianças deixa um suspense no ar. Enquanto os jovens (até 14 anos) se apresentam para o público, Hélio Griner e Roberta Sant?Anna se emocionam. ?Ver essas crianças participando do projeto sempre me deixa sensibilizado. Não adianta, as lágrimas rolam pelos olhos. Eu lembro do início de tudo, há dez anos. Hoje a gente vê nossos alunos lá em 1997, e que agora são os professores dessa meninada. Isso é maravilhoso?, diz o treinador. ?O que acontece aqui é gratificante. Para nós, a possibilidade de marcar a vida de uma criança e mudar a vida dela é sensacional. Não estamos lidando aqui com consumidores, e sim com pessoas?, diz a gerente da Unilever, que admite que há uma relação especial do Rexona-Ades com o Paraná. ?Temos uma ligação muito forte. Estamos sempre juntos do Paraná, e isso não se apaga. É um namoro?, diz Roberta Sant?Anna. E o casamento poderia ser reatado? ?Nós temos saudade de Curitiba, por isso vamos realizar partidas da superliga na cidade. Mas não temos planos, neste momento, de retornar de vez para cá?, finaliza a ?cartola?.