O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e a equipe da saltadora Fabiana Murer tomaram medidas preventivas para evitar uma nova perda de suas varas durante a Olimpíada de Londres-2012.
Em Pequim-2008, a atleta foi prejudicada com o sumiço de um de seus equipamentos durante a prova.
Para evitar novo problema, Elson Miranda, técnico de Murer, pediu ao COB para enviar carta ao COI (Comitê Olímpico Internacional) proibindo que o tubo com as oito varas da atleta seja aberto sem a presença dele.
“O problema da outra vez [em Pequim] é que tiraram as varas, as colocaram em outro lugar e uma se perdeu. O objetivo deles é evitar que sejam exibidos patrocinadores pessoais. Mas, agora, pedimos que não seja aberto o tubo e usem capa para tampar os patrocínios”, explicou Miranda.
Caso precisem abrir o tubo, os organizadores dos Jogos terão de chamar o treinador para manipular os equipamentos. Além de perdas, o objetivo é evitar danos.
“Quando se manipula, a vara pode quebrar, ter rachaduras”, disse Miranda.
É o treinador quem fica com a responsabilidade de resolver esses problemas logísticos – foi ele quem achou a vara em um depósito em Pequim. Mas Murer também ficou mais atenta na pista.
“Mas não fiquei neurótica. Só um pouco mais atenta. Jogo mais para o Elson. Porque tenho que me concentrar na competição. Chego na pista, dou uma olhadinha para ver se está lá. Nada muito neurótica”, contou a atleta.
Quebra-cabeças
Não é só em Londres que o cuidado com as varas é necessário. Seu transporte virou um desafio logístico.
Na última semana, Murer, que treina em Formia, na Itália, disputou a etapa da Liga Diamante em Mônaco.
Enquanto a atleta viajou ao principado de avião, seu equipamento chegou depois, de carro, com Miranda e Vitaly Petrov, também treinador da brasileira.
A decisão explica-se porque as companhias aéreas nem sempre aceitam transportar as varas. No caso de Fabiana Murer, são oito delas, que pesam, no total, em torno de 25 kg.
A variedade de varas é necessária porque elas têm diferentes tamanhos. Cada uma serve para atingir uma altura e ultrapassar o sarrafo, que sobe durante a prova.
Sem a vara ideal, Murer teve que saltar com outra e falhou em Pequim, acabando a competição sem medalhas.
O equipamento é resistente e flexível – para envergar no salto -, mas as rachaduras podem prejudicá-lo. Por isso, elas são levadas em um tubo. “Nós sofremos porque temos que ficar levando e trazendo isso do Brasil”, explicou Miranda, sobre seus treinos serem divididos entre São Bernardo e a Itália.
Ao final da prova em Mônaco, o técnico arrumou de novo as varas no carro e voltaria para Formia. Sairá de lá no dia 30, com todo o equipamento, para Londres.
Desta vez, vai de avião.
