As mudanças proporcionadas por Max Mosley no começo da temporada surtiram efeitos desejáveis, no ponto de vista do eqüilíbrio da categoria. Ajudada pelas intempéries nas provas do Brasil e da Austrália, a F-1 não via tantos vencedores diferentes nas primeiras sete provas do campeonato desde 1985.
Neste ano, cinco pilotos distintos chegaram na frente. David Coulthard venceu na Austrália e seu companheiro Kimi Raikkonen, na Malásia. No Brasil, depois da confusão, deu Giancarlo Fisichella. Nas três primeiras provas na Europa ? San Marino, Espanha e Áustria ?, Schumacher teve o domínio. E Montoya venceu, no último domingo, o GP de Mônaco.
Em 1985, foram seis os competidores que venceram nas sete primeiras corridas do ano: Prost venceu duas; as outras tiveram como ganhadores Senna, De Angelis, Alboreto, Rosberg e Piquet.
De lá para cá, cinco temporadas sequer apresentaram, em sua totalidade, tantos pilotos no lugar mais alto do pódio: 1993, 1994, 1996, 1998 e 2002. Curiosamente, nestes cinco anos apenas quatro venceram ao longo de toda a temporada.
Dança das cadeiras
E o jornal italiano La Gazzetta dello Sport já escolheu a dupla da Ferrari para 2005. Em longo artigo assinado Pino Allievi, veterano na cobertura de F-1, o diário ? que pertence ao grupo Fiat ? afirma que Juan Pablo Montoya e Felipe Massa serão os titulares no time daqui a dois anos. Eles substituiriam Michael Schumacher e Rubens Barrichello. Mas tudo depende, de acordo com a “Gazzetta”, do rumo que o alemão quer dar à sua carreira. Seu contrato termina no final de 2004 e a ele a Ferrari já propôs a renovação. “Ele corre aqui enquanto quiser”, disse o presidente Luca di Montezemolo.
A tese da Gazzetta é a de que Schumacher, se conquistar o hexa neste ano, pode até pendurar o capacete. Faltaria motivação para continuar. Mas ninguém acredita que ele vá se aposentar já. Para o jornal, Michael cumpre o contrato até o final e abre a vaga em 2005. Com o hexa, ou sem ele. Nesse caso, Montoya é o nome.
A situação de Barrichello é que seria a mais delicada. Pelo que projeta a “Gazzetta”, a Ferrari faria bem se começasse a preparar Massa desde já. E prepará-lo significaria uma promoção a titular já em 2004, “para aprender com Schumacher”. Se a idéia for levada a cabo, Rubens perde o lugar, embora também tenha contrato até o final do ano que vem.
A possibilidade de troca de Barrichello por Felipe já fora cogitada na semana passada pela revista italiana “Autosprint”. A publicação informou que “nos corredores da Ferrari se cogita um empréstimo de Rubens para a Sauber”, para que Massa vire titular. A equipe negou. O piloto disse que a história “não faz sentido”.
Montoya, domingo, depois de vencer o GP de Mônaco, classificou tudo como boataria. “Alguém me disse para dar uma olhada na ?Gazzetta?, eu vi e não acreditei. Para ser sincero, não há conversa nenhuma no momento, nada”, falou.