Treta que segue!

Enquanto times se preparam pro Atletiba, muvuca segue nos bastidores da Justiça

O coxa-branca Macedo e o atleticano Emed foram citados pela Procuradoria de Justiça Desportiva. Foto: Hugo Harada

A Tribuna foi o primeiro jornal a revelar a estratégia da dupla Atletiba para minar o poder de Hélio Cury. Confiantes, os dirigentes viam no recuo do cartola, que mesmo com uma súmula extremamente forte do árbitro Paulo Roberto Alves Júnior preferiu não esperar a posição do TJD e remarcou o clássico para a Quarta-Feira de Cinzas, uma clara reação à opinião pública. Era possível então partir para o ataque.

Seria uma artilharia silenciosa, em que os cartolas da dupla Atletiba não se manifestariam – por desconhecimento jurídico e para dar respaldo aos advogados. O único “imparável” é o presidente do conselho deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, que mesmo assim cessou sua metralhadora giratória depois da classificação para a fase de grupos da Libertadores.

Ainda na terça-feira, o Furacão enviou ao Tribuna de Justiça Desportiva uma denúncia contra a Federação. Baseada na transmissão do canal Esporte Interativo via YouTube, em matérias da imprensa e na nota oficial do Grupo Globo, a notificação afirma que a FPF foi a responsável única pelo cancelamento do Atletiba, e que por isso a entidade tem que ser punida. O artigo citado no texto é o 239 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata do abuso de autoridade, e que pode dar à entidade uma multa de até 100 mil reais e para Hélio Cury uma pena de um ano de suspensão ou mesmo a eliminação do futebol.

A Procuradoria do TJD ainda não se manifestou sobre esse caso, mas na sexta-feira abriu o processo referente à súmula do árbitro do Atletiba. Coloca também na FPF a responsabilidade da não realização do clássico, mas usa outros artigos do CBJD para pedir apenas multa para a entidade. Além da Federação, estão citados na denúncia Paulo Roberto Alves Júnior, Rafael Traci, diretores e funcionários dos dois clubes e principalmente os dirigentes. Luiz Sallim Emed, Márcio Lara (Atlético), Luiz Fernando Macedo e Ernesto Pedroso (Coritiba) também vão a julgamento.

Na esfera comum, a dupla Atletiba ainda prepara o pedido de indenização pelo cancelamento do clássico. Esta ação foi anunciada imediatamente após a saída dos times do gramado da Arena, mas depois ficou tomada por mistério, porque é uma peça-chave na tática de enfraquecimento da Federação Paranaense de Futebol.

Enquanto isso, os torcedores vão se unindo para montarem ações conjuntas de indenização. Centenas já foram montadas, isto sem contar os que já foram individualmente à Justiça. E Hélio Cury ainda viu um grupo de torcedores do Atlético, a AssoCAP, ir ao Ministério Público pedir a sua destituição e a intervenção na FPF.

O MP, inclusive, já pediu esclarecimentos à Federação e à dupla Atletiba sobre o que aconteceu no dia 19. Quer entender a confusão para depois tomar posicionamentos e possíveis medidas judiciais. Da mesma forma o Procon, que já avisou: se encontrar irregularidades, vai multar FPF ou os clubes, ou todo mundo. E a multa pode bater em oito milhões de reais.

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