O anúncio foi há quatro dias, mas a demissão de Enio Vecchi do cargo de treinador da Seleção Brasileira feminina de basquete só teve o real motivo revelado na segunda-feira, durante evento realizado na sede do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) no Rio de Janeiro. Sem notar a presença de jornalistas no local, a diretora da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Hortência Marcari, confidenciou a amigos que o desempenho da equipe nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara foi fundamental para a saída do treinador.
“Demiti o Enio por causa do Pan, sim. É inadmissível usar o Pan-Americano para fazer testes”, teria dito a ex-jogadora em uma roda de amigos, entre os quais o ex-atleta de vôlei Bernard Rajzman e o mesa-tenista Hugo Hoyama. “Aquilo me irritou completamente. Quer fazer testes, que os faça lá no Vitória-Basquete/Crece (time dirigido por Enio na NBB entre 2010 e 2011)”, completou.
A irritação de Hortência era, principalmente, pela derrota no Brasil diante da fraca equipe de Porto Rico, na semifinal do torneio, que deixou a Seleção com a medalha de bronze em Guadalajara. Além disso, a diretora se opôs à decisão do técnico em poupar a ala Iziane durante boa parte do duelo com as porto-riquenhas.
Duas horas depois de a CBB anunciar que não renovaria o contrato de Enio que se encerra em 31 de dezembro, Hortência se pronunciou e explicou que se tratava de um “realinhamento do projeto pensando no continuidade do trabalho de base realizado até agora e para 2016 (Olimpíada)”.